PUBLICIDADE
Quando você ouve as palavras “Química Orgânica” o que vem à sua mente?
A maioria das pessoas costuma pensar em produtos e principalmente alimentos ditos “naturais”, que são então chamados de “orgânicos”.
No entanto, o que é um produto orgânico?
No cotidiano, esse termo é usado para se referir a alimentos produzidos sem a adição de adubos químicos e de agrotóxicos. É uma expressão muito empregada pela mídia e seu uso teve início com a ideia de produzir alface e verduras sem esses aditivos químicos, para evitar produtos contaminados e envenenamento.
Com o tempo, porém, essa prática se estendeu a outros produtos, como legumes, frutas, café, vinho, etc. Existem até mesmo produtos orgânicos industrializados.
O preço desses produtos costuma ser maior, mas as vantagens estão no melhor sabor e no fato de serem alimentos mais saudáveis.
A produção desses alimentos é pouca em comparação a daqueles que são feitos com o uso de aditivos químicos. No entanto, esse ramo tem crescido muito no Brasil e esse tipo de alimento já é considerado oficialmente como uma categoria de produto específico, à parte do convencional, com regulamentos para a sua produção, certificação e comercialização.
No entanto, apesar de esse termo já estar bem fixado na linguagem do dia a dia, se formos entender o que é química orgânica, veremos que as expressões “produtos orgânicos”, “hortaliças orgânicas”, “legumes orgânicos”, etc. têm, sem dúvida, um emprego “forçado”. Pois a química orgânica é o estudo dos compostos do elemento carbono com propriedades características.
Assim, todo e qualquer alimento, qualquer que seja seu método de produção, é formado, fundamentalmente, por substâncias orgânicas. Os compostos orgânicos estão presentes em todos os seres vivos.
Por exemplo, a glicose é um carboidrato que é produzido nas plantas clorofiladas em um processo denominado fotossíntese. Essa substância é um composto orgânico de fórmula molecular C6H12O6.
Alimentos como arroz, batata, macarrão e farinha são ricos em carboidratos; os óleos vegetais, manteiga e gordura animal possuem lipídios; e a carne, queijo, ovos, presunto e grãos (soja, grão de bico, lentilha, feijão e ervilha) são fontes de proteínas.
A massa do nosso organismo é constituída de 60% de compostos orgânicos, na forma de lipídios, carboidratos e proteínas.
Além disso, todas as substâncias são químicas, pois a Química estuda a matéria, que é tudo aquilo que ocupa um lugar no espaço.
Entretanto, na linguagem comum, um aditivo químico é aquele que foi sintetizado em laboratório.
O uso desses termos errados no cotidiano faz com que haja um preconceito referente ao estudo dessa ciência, pois muitos acham que ela só se baseia em produtos feitos em laboratório que podem gerar efeitos nocivos para o meio ambiente e para a saúde pública; quando na verdade o objetivo real da Química é trazer qualidade de vida.
Por isso, é extremamente importante estudar a Química Orgânica, pois, conforme mostrado neste texto, ela é essencial não somente em relação aos alimentos, mas também para o entendimento da natureza, das propriedades da maioria dos produtos de uso diário (como os remédios e os plásticos), dos artigos corriqueiros dos jornais e para formarmos a nossa própria opinião sobre esses assuntos de interesse global. Enfim, ela faz parte de nossa cultura, de nosso dia a dia, e está presente até mesmo no funcionamento de nosso corpo.
Por Jennifer Fogaça
Graduada em Química