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Os consumidores estão assustados com tantas notícias de alimentos contaminados, que envolvem principalmente bebidas, tais como refrigerantes, sucos e achocolatados. E isso é realmente algo alarmante, já que várias estatísticas nos mostram que comer pode representar uma tarefa arriscada.
Por exemplo, cerca de 130 milhões de pessoas que vivem na Região Europeia da OMS (Organização Mundial da Saúde) são afetadas anualmente por doenças transmitidas por alimentos. Ainda segundo a OMS, em 1998, aproximadamente 2,2 milhões de pessoas, sendo 1,8 milhão crianças, morreram de doenças diarreicas no mundo todo.
Além disso, esse problema representa também uma grande perda em sentido econômico para grandes produtores de alimentos e bebidas, que além de terem uma propaganda negativa, diminuindo o número de vendas, podem ter que pagar enormes montantes de indenizações e perderem muito dinheiro realizando o recall (palavra do inglês que significa "chamar de volta", sendo usada para indicar uma solicitação de devolução de um lote ou de uma linha inteira de produtos feita pelo fabricante).
Não é para menos que novas alternativas para tornar os nossos alimentos mais seguros estejam em vista. Uma delas foi indicada pela Braskem, empresa que fabrica produtos químicos e petroquímicos para os mais variados setores, incluindo plásticos que são utilizados em embalagens de indústrias alimentícias.
Imagem da Petroquímica Braskem[1]
Patrick Teyssonneyre, diretor de inovação da área de polímeros da Braskem, anunciou que a empresa pretende investir no desenvolvimento de uma embalagem “inteligente”, com sensores sensíveis a fatores tais como alterações de temperatura, pH e micro-organismos, sendo capaz de indicar se o alimento está contaminado.
Eles acreditam que dentro de quatro anos essa embalagem já esteja finalizada. Inicialmente, porém, ela não será usada para todos os tipos de produtos, mas para alimentos específicos e depois será desenvolvida para os demais.
As embalagens inteligentes conterão uma resina que muda de cor
A embalagem conterá uma resina que mudará de cor quando ela reagir com níveis de oxigênio e temperatura, indicando se houve algum vazamento, alguma violação da embalagem, se o produto não está na temperatura adequada, o que faz com que ele estrague, e irá indicar se o alimento está degradado ou contaminado.
Essa inovação tecnológica representará grandes vantagens, pois as empresas produtoras não conseguem fiscalizar todos os caminhos por onde o alimento passa, por exemplo, o modo como os fornecedores estão acondicionando esses produtos e o seu transporte.
Produção e transporte de produtos alimentícios[2]
A mudança de cor na embalagem indicará onde foi o problema, se no processo de produção, no transporte, no fornecedor (como supermercados) ou se foi na casa do próprio consumidor. Agora resta esperar para ver como essa tecnologia se desenvolverá e o que será realidade nos próximos anos.
* Crédito editorial da imagem:
[1] Autor: Braskem Brasil/ Fonte: Wikimedia Commons;
[2] Imagem da esquerda: Autor: Robert Kneschke/ Fonte: Shutterstock.com.
Por Jennifer Fogaça
Graduada em Química