PUBLICIDADE
Os lipídios são uma classe que engloba todas as substâncias gordurosas existentes tanto no reino animal quanto no vegetal. Daí a origem do termo, pois vem do grego lipos, que significa “gordura”.
Entre os lipídios mais conhecidos estão os esteroides (do grego stereos, que significa “sólido”, e eidos, que é “semelhante”). Os esteroides são todos os compostos que possuem em comum a mesma estrutura de um hidrocarboneto com 17 átomos de carbono ligados na forma de quatro ciclos, como mostrado abaixo:
A diferença é que cada esteroide possui um tipo de grupo funcional orgânico ligado a essa estrutura. O esteroide mais importante para o organismo humano e também mais abundante no reino animal é o colesterol. Conforme se pode ver na sua fórmula estrutural abaixo, o colesterol possui uma hidroxila ligada ao grupo característico dos esteroides e, devido a isso, ele também é classificado como um álcool (secundário e monoinsaturado):
O colesterol é muito importante para o organismo humano porque ele participa na síntese da membrana celular, na produção da vitamina D e dos hormônios sexuais feminino e masculino, que são respectivamente o estradiol e a testosterona, que também são esteroides.
As principais fontes de obtenção do colesterol são alimentos de origem animal, tais como ovo, bacon (toucinho defumado), carne vermelha, nata, manteiga e laticínios no geral.
Mas o colesterol é sintetizado também por nosso organismo, principalmente no fígado e intestinos. Quanto mais colesterol é consumido, menos colesterol será sintetizado, e vice-versa.
Os exames médicos costumam indicar dois tipos de colesterol, que são comumente chamados de “bom” e “ruim”. Porém, esses dois tipos de colesterol são os mesmos, só existe uma estrutura para o colesterol. A diferença está nas lipoproteínas formadas pelo colesterol.
O colesterol é insolúvel em água e ele precisa ser transportado de um tecido para o outro por meio do sangue, que é aquoso. Assim, ele é convertido em lipoproteínas, que são estruturas esféricas que comportam em seu centro substâncias hidrofóbicas, que não se solubilizam em água, como o colesterol e outros lipídios. Essas moléculas ficam cercadas por proteínas, que são hidrofílicas, isto é, possuem afinidade com água e se dissolvem nela.
Conforme se pode ver na imagem acima, dependendo de como o colesterol e as outras substâncias se combinam, formam-se dois tipos de lipoproteínas, que são os chamados “dois tipos de colesterol”, HDL e LDL. Veja a diferença entre os dois:
- HDL (lipoproteínas com alta densidade): Sua densidade se situa entre 1,063 e 1,210 g/mL, além de possuir apenas 2% de colesterol livre em massa. Da quantidade total de colesterol que há em nosso organismo, somente 30% aparece nessa forma de proteína e eles são transportados dos tecidos humanos para o fígado, onde é reciclado ou eliminado.
Esse é o “colesterol bom”, pois altos níveis dele estão associados a uma redução no risco do desenvolvimento de doenças do coração. Para aumentar o seu nível em nosso organismo, deve-se diminuir a ingestão de gordura animal, que é saturada, tais como a encontrada na carne vermelha, laticínios e ovo, por gorduras poli-insaturadas.
- LDL (lipoproteínas de baixa densidade): Sua densidade pode variar de 1,006 a 1,063 g/mL. Possui 8% de massa livre de colesterol e 70% do colesterol em nosso organismo aparece nessa forma de proteína. Ele é transportado pelo sangue do fígado para as células periféricas dos tecidos do corpo para ser usado nas sínteses mencionadas anteriormente.
- Esse é o “colesterol ruim”, pois se houver altos níveis desse colesterol em nosso sangue, com o tempo, ele se depositará nas paredes das artérias, o que impede o fluxo de sangue para os tecidos. Esse entupimento das artérias é chamado de aterosclerose. Se isso ocorrer nas coronárias, que são as artérias que irrigam o sangue, a pessoa fica propensa a infartos.
O nível de colesterol médio considerado normal é de 150 a 200 mg/mL de sangue; valores ao redor de 300/100 mL de sangue podem causar os problemas mencionados.
Por Jennifer Fogaça
Graduada em Química