O ovócito (também chamado de oócito), no momento da ovulação, está associado a camadas importantes e desconhecidas pela maioria das pessoas. Uma dessas camadas é a chamada corona radiata, que exerce papel fundamental na fecundação humana.
→ Formação do ovócito e da corona radiata
Para compreender o que é a corona radiata, é fundamental entender como ocorre a formação dos ovócitos até a sua liberação no processo de ovulação. Essas células reprodutivas são formadas nos ovários e seu desenvolvimento (ovogênese ou ovulogênese) inicia-se ainda na fase fetal.
Inicialmente, células germinativas primordiais migram até as gônadas no indivíduo do sexo feminino. Essas células primordiais começam a se dividir, formando as ovogônias. Essas células começam, aproximadamente no terceiro mês de desenvolvimento uterino, a sofrer divisões e entram na prófise da meiose I. Essa etapa é interrompida na fase de diplóteno, e as ovogônias passam a ser chamadas de ovócitos primários.
Os ovócitos primários são envolvidos por uma camada de células, as chamadas células foliculares, que são originadas no epitélio ovariano. O conjunto formado pelo ovócito e pelas células foliculares é chamado de folículos ovarianos.
Inicialmente esses folículos, ainda durante a vida fetal, apresentam apenas uma camada de células foliculares achatadas. Na puberdade, inicia-se o crescimento folicular e modificações ocorrem em todo o conjunto, ocorrendo o aumento do ovócito e a multiplicação de células foliculares.
As células foliculares dividem-se e formam uma camada de células de formato cuboide. Nesse momento, o folículo é chamado de primário unilaminar. A divisão continua e as células foliculares formam um epitélio estratificado denominado de camada granulosa. Nessa etapa, o folículo é chamado de multilaminar ou pré-antral. O ovócito, então, com as células granulosas, começa a secretar uma camada de glicoproteínas, formando a denominada zona pelúcida.
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Com o desenvolvimento dos folículos, inicia-se o acúmulo, entre as células foliculares, do líquido folicular. Por causa desse acúmulo, as células da granulosa reorganizam-se e formam uma cavidade chamada de antro folicular. Nessa etapa, os folículos são chamados de antrais.
Na formação do antro, as células da granulosa organizam-se na parede do folículo, formando um espessamento que apoia o ovócito. Um pequeno grupo dessas células envolve o ovócito e origina a corona radiata.
Em cada ciclo ovariano, normalmente, o folículo atinge a maturidade e é liberado no processo de ovulação. Quando ocorre o aumento do hormônio luteinizante, a meiose I é completada e forma-se o ovócito secundário, bem como o primeiro corpúsculo polar. Inicia-se, então, a meiose II no ovócito secundário. Entretanto, ela é interrompida na metáfise e só é completada caso haja fertilização.
→ Funções da corona radiata
A corona radiata envolve o ovócito e é liberada com essa célula no momento da ovulação. Essa importante camada produz sinais químicos que atraem os espermatozoides, ou seja, contribui para um processo conhecido como quimiotaxia.
No processo de fecundação, a corona radiata será a primeira camada que o espermatozoide terá que atravessar para entrar em contato com o ovócito. Após penetrar nessa camada, o espermatozoide terá que penetrar a zona pelúcida e, por fim, fundir-se à membrana da célula reprodutiva feminina.
Por Ma. Vanessa dos Santos