Tragédia no RS: entenda a diferença entre enchente, inundação e alagamento
Tragédia no RS: entenda a diferença entre enchente, inundação e alagamento
Professores explicam as diferenças entre enchente, inundação e alagamento
Em 13/05/2024 17h38
, atualizado em 16/05/2024 07h22
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A tragédia que afeta o Rio Grande do Sul é marcada por diversos fatores e aspectos que resultam no maior desastre socioambiental que o estado já sofreu na história, conforme afirma o governo do RS. Segundo o boletim da Defesa Civil do RS, das 12h desta segunda (13), já são 147 mortes confirmadas e 447 cidades afetadas.
Um grande volume de chuvas atingiu centenas de cidades gaúchas desde o último dia 29 de abril. As chuvas intensas provocaram uma série de fenômenos, tais como: enchentes, inundações, alagamentos, tremores de terra e deslizamentos.
Em Porto Alegre (RS), o nível do lago Guaíba chegou a ultrapassar a marca da enchente histórica de 1941, superando os 5 metros.
O Brasil Escola conversou com professores de Geografia que explicam as principais diferenças entre enchente, inundação e alagamento.
Qual é a diferença entre enchente, inundação e alagamento?
Confira, abaixo, as características das enchentes, inundações e alagamentos, conforme os professores de Geografia, Carolina Bello e Matheus Menegatto, do Colégio Humboldt:
Enchente: também chamada de cheia, ocorre quando o rio atinge seu nível máximo dentro do esperado na estação chuvosa. O transbordamento da água acontece de maneira localizada e episódica. São afetadas as pessoas que moram nas várzeas dos rios (principalmente quando eles estão canalizados, abaixo do nível do asfalto).
Inundação: é caracterizada pelo transbordamento de forma generalizada da água na planície de um rio.
Alagamento: é a água parada localizada, comum nas regiões urbanas. Acontece quando a água não é drenada ou impedida de correr, podendo estar ou não associada a um rio.
A tragédia no Rio Grande do Sul é causada por diversos fatores que incluem as ações dos seres humanos e a negligência com o meio ambiente, apontam os professores Carolina e Matheus.
O que está acontecendo no estado gaúcho é agravado pelo El Niño, responsável pelo intenso calor nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, como também pela precipitação na região Sul. O Rio Grande do Sul está em uma zona de choque de massas de ar tropicais e polares, que propicia a ocorrência de fortes chuvas, explicam os educadores.
Esses fatores junto à drenagem no estado, que sobrecarrega o Guaíba, Lagoa dos Patos e o Rio Grande, contribuem para a intensidade do problema. A questão é acentuada pela falta de manutenção e sucateamento do sistema de contenção de inundações do município de Porto Alegre, reforçam Matheus e Carolina.
Os professores destacam que alertas científicos são ignorados no que diz respeito ao planejamento territorial. Eles ressaltam que o governo do Rio Grande do Sul alterou 480 pontos do Código Estadual do Meio Ambiente. Cientistas afirmaram em Painel Braisleiro de Mudanças Climáticas a estimativa que com as mudanças o índice pluviométrico aumentaria de 35% a 45% na região do Pampa.
"Ressaltamos a necessidade de políticas públicas efetivas, que, de fato, protejam o meio ambiente, revendo as políticas de uso e ocupação do solo e se atentando para as necessidades infraestruturais das redes de drenagem. Contudo, infelizmente, no Brasil, há diversos interesses vinculados ao uso e ocupação dos solos que vão de encontro à mitigação climática."
Carolina Bello e Matheus Menegatto - Professores de Geografia
Números da tragédia no Rio Grande do Sul
Veja, abaixo, os números da tragédia do Rio Grande do Sul, conforme o boletim da Defesa Civil do RS divulgado às 12h desta segunda-feira (13):
Cidades afetadas: 447
Óbitos confirmados: 127
Feridos: 806
Pessoas em abrigos: 79.540
Pessoas afetadas: 2.115.703
Desaparecidos: 127
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Videoaula sobre enchentes no Rio Grande do Sul
Confira as causas e consequências das enchentes no Rio Grande do Sul no vídeo a seguir: