Dia Mundial do Diabetes: especialista explica sobre os tipos e causas da doença
Dia Mundial do Diabetes: especialista explica sobre os tipos e causas da doença
Nesta terça-feira,14 de novembro, é comemorado o Dia Mundial do Diabetes como forma de conscientizar sobre a doença
Em 14/11/2023 04h00
, atualizado em 14/11/2023 08h42
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O Dia Mundial do Diabetes é comemorado nesta terça-feira, 14 de novembro. A data, criada em 1991, foi escolhida por causa do aniversário de Sir Frederick Banting, que descobriu a insulina junto com Charles Best. Tema da campanha realizada este ano é "Acesso aos cuidados da Diabetes".
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, são mais de 13 milhões de pessoas que convivem com a doença somente no Brasil. Isso representa 6,9% da população do país.
O diabetes mellitus é uma doença causada pelo aumento de açúcar no sangue e pode ter causas associadas à condições autoimune, genéticas e estilo de vida, explica Tarissa Petry, endocrinologista do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
No diabetes, a pessoa possui uma produção insuficiente ou má absorção de insulina, que é o hormônio produzido pelo pâncreas que regula a glicose no sangue.
No vídeo abaixo, Tarissa fala sobre os cuidados necessários com o diabetes:
Entre os tipos do diabetes, Tarissa destaca os dois principais tipos:
Tipo 1: a causa está associada à uma questão autoimune, em que as células de defesa da pessoa ataca o próprio pâncreas, onde estão localizadas as células beta, produtoras de insulina.
Tipo 2: é caracterizado por ter diferentes tipos de causas, entre elas, o fator genético e o aumento de gordura visceral (abdominal).
A endocrinologista explica que a gordura visceral é inflamatória e afeta a ação da insulina nas células. Quando a insulina chega no receptor, passa a agir de uma forma como não deveria. Com isso, o pâncreas é "obrigado" a produzir mais insulina do que o comum e isso provoca a morte das células beta.
Sintomas do diabetes
Entre os sintomas do diabetes, os principais são aumento da vontade de urinar, sede e fome, pontua Tarissa.
Confira quais são os sintomas do diabete, de acordo com o Ministério da Saúde, conforme os tipos:
Sintomas do tipo 1
Fome frequente;
Sede constante;
Vontade de urinar diversas vezes ao dia;
Perda de peso;
Fraqueza;
Fadiga;
Mudanças de humor;
Náusea e vômito.
Sintomas do tipo 2
Fome frequente;
Sede constante;
Formigamento nos pés e mãos;
Vontade de urinar diversas vezes;
Infecções frequentes na bexiga, rins, pele e infecções de pele;
Feridas que demoram para cicatrizar;
Visão embaçada.
A médica enfatiza que os sintomas do diabetes aparecem quando o nível de glicemia está muito alto. Ela revela que existe a possibilidade de metade das pessoas que possuem diabetes não saberem que têm a doença. Os sintomas são apresentados quando a doença já está evoluída, afirma.
Fatores de risco do diabetes
Veja quais são os fatores de risco do diabates, segundo o Ministério da Saúde:
Diagnóstico de pré-diabetes;
Pressão alta;
Colesterol alto ou alterações na taxa de triglicérides no sangue;
Sobrepeso, principalmente se a gordura estiver concentrada em volta da cintura;
Pais, irmãos ou parentes próximos com diabetes;
Doenças renais crônicas;
Mulher que deu à luz criança com mais de 4kg;
Diabetes gestacional;
Síndrome de ovários policísticos;
Diagnóstico de distúrbios psiquiátricos - esquizofrenia, depressão, transtorno bipolar;
Apneia do sono;
Uso de medicamentos da classe dos glicocorticoides.
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Tratamento do diabetes
Quanto ao tratamento, Petry lembra que as formas de intervenção dependem de qual o tipo do diabetes, bem como o quadro de evolução da doença.
No caso de pacientes do tipo 1, o tratamento se dá por meio do processo de imitação da produção de insulina pelo pâncreas. Nesse sentido, é necessário que a pessoa passe por "múltiplas aplicações de insulina ao longo do dia".
Já para as pessoas que convivem com o tipo 2, existem medicações que são utilizadas para reduzir a glicemia e contribuir para o processo de perda de peso. Essas intervenções atuam na redução das chances de complicação renal, cardiovacular e amputação de membros.
Adotar uma vida mais ativa, com a prática de exercícios físicos, é uma alternativa que visa o processo de perda de peso. De acordo com Tarissa, se o paciente perder mais de 10% do peso, há maior chance de mudar a progressão da doença, caso esteja no início da evolução do diabetes.
Ela reforça o papel desempenhando por órgãos como a Sociedade Brasileira de Diabetes e a Federação Internacional de Cirurgia da Obesidade e Distúrbios Metabólicos (IFSO). Essas instituições contribuem em ações de conscientização sobre a doença para a população, bem como na capacitação dos médicos que atendem pessoas diabéticas.