Dia 21 de setembro é o Dia da Luta das Pessoas com Deficiência. É nesta data que comemoramos os avanços e as conquistas realizadas, mas também devemos refletir sobre as dificuldades que ainda precisam ser superadas.
Para compreender o momento que nos situamos em relação às Pessoas com Deficiência, fomos atrás da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo. Este é o primeiro órgão estadual do Brasil que tem suas funções dedicadas a este tema.
Pessoas com deficiência e os desafios a serem superados
De acordo com o Secretário responsável pela pasta, Marcos da Costa, existem 3,4 milhões de Pessoas com Deficiência que vivem em todo o território estadual. Destas, 1,3 milhão (40%) possuem deficiência visual, 979,3 mil (28,8%) física, 568,5 mil (16,8%) intelectual e 492,9 mil (14,4%) auditiva.
Mesmo sendo um grupo variado e extenso de pessoas, o capacitismo (preconceito contra Pessoas com Deficiência) continua sendo utilizado de forma ampla contra esse grupo social. De acordo com a 2ª edição da pesquisa realizada pela Oldiversity sobre diversidade e propaganda, 57% das pessoas com deficiência querem mais diversidade nas propagandas brasileiras.
O secretário comentou sobre os termos não adequados e ofensivos que não devem ser usados para se referir às Pessoas com Deficiência. Veja se algum deles está no seu vocabulário e pare de utilizá-los, são eles: braço curto, surdo-mudo, pessoas especiais, portadores de deficiência, portadores de necessidades, entre outros. O termo correto é Pessoas com Deficiência.
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Como lidar com os desafios das Pessoas com Deficiência
Desde questões estruturais, como falta de rampas e ausência de piso tátil direcional (relevos no chão para ajudar na locomoção de pessoas com deficiência visual) até o tratamento hostil e a escassez de vagas de emprego são problemas que perseguem as pessoas com deficiência.
O que deve ser feito para resolver, ou pelo menos mitigar, esses problemas? O secretário salienta a importância da conscientização por meio da imprensa e das políticas públicas.
Como exemplo, ele comentou sobre a roda de conversa intitulada "Linguagem e Comunicação Não-Capacitista na Prática" que ocorreu no dia 20 de setembro, em São Paulo. Ele também falou sobre as atividades realizadas nesta semana, veja:
As atividades vão desde seminários, palestras, rodas de conversa e cerimônia de formação de alunos do curso de Libras (Língua Brasileira de Sinais) oferecido pela Secretaria, à expansão do serviço gratuito de emissão da Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea) para outros 25 postos do Poupatempo no estado, que também terão salas sensoriais para o acolhimento de pessoas autistas
Mas, para além das práticas governamentais, que possuem sua importância, temos de nos atentar à linguagem e às oportunidades voltadas para esse público no nosso dia a dia. É preciso contribuir fornecendo voz e espaço para essas pessoas se manifestarem e fazerem valer os seus direitos.
Por Tiago Vechi
Jornalista