PUBLICIDADE
Com o passar das décadas, toda a instabilidade vivida na Europa do século XIV passou a ser respondida por um novo período de crescimento e expansão. As cidades voltaram a crescer, o comércio se rearticulava e os campos voltavam a produzir satisfatoriamente. Apesar da reação, velhos e novos problemas indicavam que a ordem feudal não oferecia condições para que esse crescimento tivesse um fôlego maior. Mesmo superando a crise, havia outros obstáculos a serem enfrentados.
Um dos mais importantes dessa época se estabelecia na incompatibilidade existente entre as demandas e feições econômicas do campo e da cidade. A inapetência do trabalho servil, em muitas ocasiões, não conseguia suprir a crescente demanda gerada pelas cidades europeias. Os problemas com abastecimento eram bastante comuns nessa época. Por outro lado, as propriedades feudais apresentavam um número de consumidores restrito que poderia absorver as mercadorias das cidades.
Além disso, vemos que a burguesia não tinha condições de se expandir tendo em vista a falta de moedas padronizadas que facilitariam o comércio em uma determinada localidade. Toda vez que atravessavam um território eram obrigados a se submeter à cobrança de impostos e pedágios locais que também limitavam a obtenção de lucro. Externamente, o controle dos árabes sob o Mediterrâneo e o monopólio das cidades italianas encarecia os produtos que adentravam o restante da Europa.
Mediante tais entraves, a economia europeia começou a buscar a exploração de novos mercados como uma forma de incrementar a oferta de alimentos, reduzir o preço das mercadorias e buscar fontes de metais preciosos. Foi assim que a ventura das grandes navegações passou a ganhar novo fôlego e desbravar mares e terras antes completamente desconhecidas. Aproveitando de todo o conhecimento da época, o homem europeu rompia com as velhas barreiras que limitavam espacialmente a sua visão de mundo.
Além disso, vale lembrar que esse novo conjunto de necessidades também veio acompanhado pela formação das monarquias. Fortalecendo a autoridade real, a burguesia simplificava a cobrança de impostos. Além disso, pela força das leis, o regime monárquico padronizava as moedas e arrecadava mais tributos. Com o passar do tempo, o próprio Estado monárquico protagonizava as ações que buscam novas terras e a expansão do comércio. Dessa forma, os empecilhos do século XV eram vencidos.
Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola
Idade Média - História Geral - Brasil Escola