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A história do reino de Axum está relacionada à das civilizações que se desenvolveram na África, abaixo do Egito. Isto é, nas antigas regiões da Núbia e da Etiópia. Os vestígios deste reino datam do século V a.C., mas seu apogeu se deu por volta de meados do século IV d.C., quando os axumitas (nome que designa os habitantes de Axum) levarem o reino Kush, seu rival, à ruína.
Durante os séculos III e IV, Axum conquistou territórios da Península Arábica, a Etiópia do Norte e parte da antiga Pérsia, tornando-se um dos mais poderosos impérios da passagem da Idade Antiga para a Idade Média. Ainda no século IV, os axumitas destruíram a cidade de Meroé, capital do império Kush, fragmentando então este antigo centro político do sul do Egito. Da derrota de Kush nasceram três reinos diferentes, o Nobatia, o Makuria e o Alodia, que ficaram todos sobre influência de Axum.
Com o vasto território conquistado, o reino de Axum passou a dominar todas as rotas de comércio que passavam pelo sul da Península Arábica e pela Arábia meridional, pela região da Núbia e da Etiópia, que atravessavam o Mar Vermelho. Conseguiu também terras férteis que possibilitaram a agricultura e a pastagem de alguns bovinos. Para administrar e controlar o fluxo comercial desta região, o reino de Axum cunhou sua própria moeda também, chegando a estabelecer trocas comerciais com a Índia e a China.
Um dos acontecimentos mais importantes da história do reino de Axum foi a conversão ao cristianismo do rei Ezana, no século IV, por um monge cristão de origem fenícia, chamado Frumêncio (que depois foi bispo de Axum e considerado santo). Após a conversão do rei Ezana, toda a região da Etiópia e grande parte da região da Núbia receberam forte influência do cristianismo e a maior parte da população também se converteu, tornando Axum um império eminentemente cristão.
As Igrejas esculpidas em rocha, em Axum, na Etiópia, são hoje consideradas patrimônio histórico da humanidade
Uma das características desta fase é a construção das famosas onze Igrejas, que foram esculpidas em rochas, no solo. Essas Igrejas são consideradas patrimônio histórico da humanidade e fazem parte da tradição da Igreja Ortodoxa Etíope. Além das Igrejas, várias outras construções do reino de Axum são notáveis, tais como obelisco, imensas torres de pedra, tumbas e outros templos na época anterior à conversão ao cristianismo.
O reino de Axum continuou imponente até o século XI d.C., época em que o islamismo já havia se expandido pela Península Arábica e conquistado boa parte do território que os axumitas dominavam.
Por Me. Cláudio Fernandes