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Casamento e formação familiar na Roma Antiga

A formação familiar na Roma Antiga era patriarcal. Durante esse período, os casamentos e a formação familiar seguiam certas tradições e regras sociais interessantes para serem discutidas na atualidade.

Família Tradicional na Roma Antiga
Família Tradicional na Roma Antiga
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A família na Roma Antiga era patriarcal, ou seja, toda a autoridade era delegada ao homem, ao pai. A família romana era uma junção de tudo aquilo que estava sob o poder do pater famílias. O patriarca era o primeiro do lar, sendo assim, ele desempenhava todas as funções religiosas, econômicas e morais que fossem necessárias, os bens materiais pertenciam somente a ele. A representação familiar romana era simbolizada pelo pai e todo poder atribuído a ele terminava somente com a sua morte.  Sendo o homem o senhor do lar, a mulher romana não tinha o papel de senhora do lar, pois ela era considerada parte integrante do homem. A mulher casada seguia todas as regras de boa conduta e tinha certa liberdade para conviver socialmente.

As uniões civis não tinham a característica do sagrado advinda do nascimento do cristianismo, porém aconteciam respeitando alguns aspectos da tradição romana. Havia vários tipos de casamento: o confarreatio, cerimônia realizada com um pão de trigo, o farrum, essa cerimonia tinha características religiosas; o coemptio, venda simulada da mulher ao pater familias, todo ritual acontecia em cima da teatralização da venda. Os ritos matrimoniais aconteciam sempre com alegria, apesar de as noivas se casarem muito cedo, ainda meninas. As noivas usavam vestes brancas, colocavam um véu de linho muito fino de cor alaranjada, chamado flammeum, depois a jovem arrumava o cabelo e o enfeitava com uma grinalda de flores. As flores, para os romanos, representavam a fertilidade.

Existiam casamentos com características bem modernas para o período: o sine manu e o usus. O primeiro, sine manu, era o casamento que se dava sem a subordinação da mulher à família do marido, nesse modelo de casamento a mulher tinha a permissão de usufruir de seus bens sem nenhuma forma de dominação. O segundo, usus, significava que a mulher já morava com o marido há um ano, porém se a mulher passasse três noites consecutivas fora de casa, ou seja, longe do marido, o casamento estaria terminado. Isso foi muito comum na República. Apesar de todas as modalidades, o casamento para os romanos era uma das instituições mais valorizadas.

Apresentação artística para os moradores de uma típica residência romana - Casal da elite romana

 Apresentação artística para os moradores de uma típica residência romana - Casal da elite romana

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Os historiadores Roger Chartier e Fhilippe Ariès, em sua obra História da Vida Privada: do Império Romano ao ano mil, abordam que no fim da República o divórcio era costumeiro, eles citam como exemplo César, que repudiou sua mulher com o simples argumento de que a mulher de César não deveria ser suspeita a ninguém. Outro exemplo, era da mulher que contraía um só matrimônio, era considerada pela sociedade romana uma mulher de honra.

Na família Romana o nascimento de um filho não garantia que ele fosse recebido no seio da família. Muitos eram largados à própria sorte ou negociados para saldar dívidas ou mesmo entregues como escravos. O número geralmente de filhos era três. Existiam leis que asseguravam o direito às mães de três filhos, pois cumpriram seu dever de perpetuação da linhagem, embora em alguns documentos confirmem a existência de famílias contendo grande número de filhos.

Quando o filho não era rejeitado, a tradição mandava dar um nome no oitavo dia, se fosse menina; ou no nono, se fosse menino. Os meninos recebiam três nomes o praenomen (nome pessoal que distinguia um indivíduo de outros membros da mesma família como Marcus, Quintus, Publius), o nome da gens (grupo de pessoas que compartilhavam o mesmo nome de família como Julius, Cornelius) e o cognomem (apelido que distinguia indivíduos dentro de uma mesma gens como Cícero, Scipio, Graco). As meninas eram designadas apenas com o nome gentílico do pai, como Livio (Lívia), Cornélio (Cornélia), Otávio (Otávia), Júlio (Júlia).

A educação e a criação das crianças era incumbência de uma ama e de um escravo que exercia também a função de pedagogo, os quais cumpriam papel determinante no desenvolvimento do jovem. Como não existia escola pública, somente os meninos, se pertencessem a uma família de posses, seguiam seus estudos, passando por todas as etapas, até à graduação. Um professor de literatura os inspecionava e assim estudavam autores clássicos, a mitologia, as ciências humanas, a retórica e a oratória.

Com essas informações notamos a existência do legado romano no nosso mundo contemporâneo. Percebemos as mudanças, mas não observamos as permanências, mesmo que essas estejam com outro formato, contexto e tempo, contendo uma semelhança assustadora com o passado.

Por Lilian Aguiar
Graduada em História
Equipe Brasil Escola

Escritor do artigo
Escrito por: Lilian Maria Martins de Aguiar Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

AGUIAR, Lilian Maria Martins de. "Casamento e formação familiar na Roma Antiga"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/casamento-formacao-familiar-na-roma-antiga.htm. Acesso em 29 de março de 2024.

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