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A vida cotidiana na Era Absolutista inglesa durante os séculos XVI e XVII foi marcada pelas dificuldades no controle de doenças contagiosas, nas catástrofes climáticas e na escassez de alimentos para a população. A peste bubônica durante o governo dos Stuart tirou a vida de milhares de ingleses que não possuíam ajuda hospitalar para conter a doença. Além disso, as guerras também contribuíram bastante para o índice de pessoas sem moradia e sem alimentos. Estas situações retratavam os graves problemas sociais desse período.
Outro grande problema era a ausência de banheiros públicos que contribuiu para a proliferação de sujeiras e doenças na sociedade britânica. As casas não possuíam sistemas de esgoto e as fezes humanas eram jogadas nas ruas, aumentando ainda mais a falta de higiene e a possibilidade de grandes epidemias. Os primeiros investimentos sanitaristas para a população inglesa somente aconteceram a partir do século XVIII.
A resistência ao banho também representava a falta de higiene da população, pois muitas pessoas influenciadas por questões religiosas diziam que o corpo estava ligado ao pecado e, por isso, não deveria ser exposto. A água também era interpretada como um problema no imaginário popular dos indivíduos que acreditavam que ela, ao infiltrar no corpo da pessoa, enfraquecia os órgãos. Além da resistência, o banho de corpo inteiro era realizado por partes, sendo que primeiro lavava-se o rosto e a cabeça, depois o tronco e, por último, lavava-se as pernas e os pés. A ausência de higiene também era vista nas refeições que eram realizadas sem o uso de garfos até o reinado de Elizabeth I.
Portanto, o cotidiano dos ingleses durante o período absolutista era cercado por problemas sociais quanto à higiene. Os costumes e a cultura da época contribuíam para que doenças graves se alastrassem por todo o país, tirando a vida de muitas pessoas. Esses problemas em relação à infraestrutura sanitária somente foram resolvidos em meados do século XVIII, quando, por exemplo, Alexander Cumming registrou a patente de um vaso sanitário criado séculos antes pelo inglês Henry Harrington, em 1589, desenvolvendo rapidamente esse produto na Inglaterra.
Por Fabrício Santos
Graduado em História