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Absolutismo Francês

”O Estado sou eu”: Luis XIV sintetiza a consolidação do absolutismo na França.
”O Estado sou eu”: Luis XIV sintetiza a consolidação do absolutismo na França.
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Durante a Idade Moderna, o Estado Francês foi considerado um dos mais bem consolidados exemplos do absolutismo dentro da Europa. Contudo, a centralização política francesa aconteceu de forma gradual, sendo iniciada no século X, com a ascensão da dinastia capetíngia. No final da Idade Média esse processo foi ameaçado com as guerras que colocavam em perigo a unidade política do país com a deflagração da Guerra dos Cem Anos.

Chegado o século XVI, a dinastia Valois retomou o fortalecimento da autoridade monárquica em meio às sangrentas guerras religiosas que tomavam o país. No governo do rei Carlos IX (1560 - 1574), vários conflitos entre a nobreza católica e os burgueses calvinistas colocaram em risco a estabilidade do poder monárquico. Em 24 de agosto de 1572, a noite de São Bartolomeu marcou um dos mais violentos confrontos com a morte de 30 mil moradores da cidade de Paris.

Depois disso, o trono francês foi comandado por Henrique III, que teve que reafirmar sua autoridade em uma guerra contra o nobre católico Henrique de Guise e o protestante Henrique de Navarra, que também ambicionavam a sucessão do governo. Nesse conflito, popularmente conhecido como a Guerra dos Três Henriques, os protestantes saíram vencedores. Dessa forma, teve início a dinastia de Bourbon sob a liderança do monarca Henrique IV.

Para dar fim aos conflitos de ordem religiosa, o novo rei estabeleceu a assinatura do Edito de Nantes, acordo que concedia liberdade de culto aos protestantes. Após esse governo, o monarca Luís XIII chegou ao trono delegando amplos poderes ao ministro Richelieu. Com os poderes do Estado em suas mãos, Richelieu tomou medidas que ampliavam os poderes da monarquia sobre os nobres e comerciantes do país. Além disso, colocou a França contra dinastia dos Habsburgo durante a Guerra dos Trinta Anos (1618 – 1648).

O triunfo do governo francês nesse conflito enriqueceu os cofres do Estado e estabeleceu importantes domínios coloniais para os franceses. Dessa forma, o governo de Luís XIV experimentou o ponto máximo do absolutismo na França. Preparado para o cargo desde criança, o rei Luís XIV sintetizou a supremacia do governo absolutista ao dizer que o Estado era ele mesmo. Com o auxílio do ministro Colbert, esse monarca consolidou o mercantilismo francês estimulando a atividade burguesa.

Apesar de promover essas ações em favor do Estado e da burguesia, o governo de Luís XIV também representou as contradições geradas pelo próprio absolutismo. Para impedir a ascensão política da classe burguesa, Luís XIV realizou a revogação do Edito de Nantes. Com tal medida, o rei poderia perseguir a burguesia no momento em que ela contrariasse os interesses monárquicos. Após o fim do seu governo, a tensão entre Estado e burguesia preparou terreno para a deflagração da Revolução Francesa, em 1789.

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Por Rainer Sousa
Graduado em História

Escritor do artigo
Escrito por: Rainer Gonçalves Sousa Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SOUSA, Rainer Gonçalves. "Absolutismo Francês"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/absolutismo-frances.htm. Acesso em 21 de dezembro de 2024.

De estudante para estudante


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Lista de exercícios


Exercício 1

(UFV-MG) A formação dos Estados Nacionais da Europa ocidental, durante a Época Moderna (século XV ao XVIII), embora tenha seguido uma dinâmica própria em cada país, apresentou semelhanças em seu processo de constituição. Sobre essas semelhanças é incorreto afirmar:

  1. politicamente, o regime instituído é a monarquia absoluta, da qual a França é o modelo clássico.
  2. o clero e a nobreza tinham posição e prestígio assegurados pela posse de terras e estavam sempre juntos na defesa de seus interesses.
  3. em termos sociais, esse período se caracterizou pela lenta afirmação da burguesia, que estava à frente de quase todos os empreendimentos da época.
  4. para fortalecer o Estado, os reis adotaram um conjunto de medidas para acumular riquezas e desenvolver a economia nacional, denominado de mercantilismo.
  5. a centralização do poder político na Itália ocorreu devido à grande influência da burguesia mercantil de Gênova e Veneza.

Exercício 2

(FATEC-SP)

A França é uma monarquia. O rei representa a nação inteira, e cada pessoa não representa outra coisa senão um só indivíduo ante o rei. Em consequência, todo poder, toda autoridade, reside nas mãos do rei, e só deve haver no reino a autoridade que ele estabelece. Deve ser o dono, pode escutar os conselhos, consultá-los, mas deve decidir. Deus que fez o rei dar-lhe-á as luzes necessárias, contanto que mostre boas intenções.

Luís XIV – Memórias sobre a arte de governar.

Podemos caracterizar o absolutismo monárquico posto em prática nos países europeus durante a Idade Moderna como:

  1. uma aliança entre um monarca absolutista e a burguesia mercantil, a fim de dominar e excluir o poder da nobreza.
  2. uma aliança bem-sucedida entre a burguesia e o proletariado.
  3. uma forma de governo autoritária, cujo poder estava centralizado nas mãos de uma pessoa que exercia todas as funções do Estado.
  4. um sinônimo de tirania exercida pelo monarca sobre seus súditos.
  5. um poder total concentrado nas mãos da nobreza, no qual cabia aos juízes e deputados a tarefa de julgar e legislar.