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A Querela das Investiduras

Papa Gregório VII, eleito pelo colégio dos Cardeais, proibiu a monarquia de interferir na escolha dos membros clericais
Papa Gregório VII, eleito pelo colégio dos Cardeais, proibiu a monarquia de interferir na escolha dos membros clericais
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Entende-se por querela, discussão, conflito, queixa. A querela das investiduras foi um movimento no qual a Igreja protestava contra a nomeação de bispos e papas pelo Imperador. No século X, o poder papal estava enfraquecido. A situação se encontrava tão embaraçosa que os imperadores germânicos nomearam doze papas e excluíram cinco. Revoltados, os clérigos da Abadia de Cluny, na França, manifestaram-se exigindo maior autonomia à Igreja, que queria tomar o poder de escolha de seus membros para si. Durante o reinado de Henrique IV, o conflito entre as partes chegou ao seu ápice.

Em 1058 foi criado o Colégio dos Cardeais. O papa Nicolau II, seu criador, tinha como prioridade dar aos clérigos o direito soberano de escolha dos líderes religiosos. Em 1073, Gregório VII, membro da Abadia de Cluny, foi eleito pelo Colégio dos Cardeais para administrar a Igreja. Sua primeira ação foi reafirmar o voto de castidade entre os clérigos e proibir a Monarquia de indicar cargos religiosos.

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Henrique se desentendeu com o papa Gregório VII e lhe obrigou a depor na dieta de Worms, uma espécie de tribunal católico. O papa não só depôs como excomungou Henrique e organizou uma oposição ao Imperador. Este, acuado, voltou atrás e pediu desculpas ao papa, no entanto, assim que foi perdoado, organizou seu exército a fim de derrubar o pontífice. Gregório, enfraquecido, exilou-se na França. Este conflito durou alguns anos até que em 1122 um pacto de trégua foi assinado entre as partes. O imperador teria poder de nomear bispos com autoridade secular, mas não com autoridade sagrada. Ou seja, poderia nomear, mas não realizar a cerimônia religiosa. Seria proibida a prática de cesaropapismo (união dos poderes imperiais = césar e religiosos = papismo) e de simonia (venda de cargos eclesiásticos). As práticas religiosas e as nomeações de cargos religiosos, no entanto, eram exclusivamente do papa. Este episódio ficou conhecido como a Concordata de Worms.

Por Demercino Júnior
Graduado em História

Escritor do artigo
Escrito por: Lilian Maria Martins de Aguiar Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

AGUIAR, Lilian Maria Martins de. "A Querela das Investiduras"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/a-querela.htm. Acesso em 21 de dezembro de 2024.

De estudante para estudante


Lista de exercícios


Exercício 1

(Fuvest) A "Querela das Investiduras" foi um conflito instaurado entre:

a) os Papas e os Imperadores do Sacro Império Romano-Germânico.

b) os senhores feudais e os cavaleiros.

c) as ordens religiosas e os Patriarcas de Constantinopla.

d) os monges de Cluny e o Papa Gregório VII.

e) os gibelinos e o Imperador Henrique IV.

Exercício 2

(Pucsp) A sociedade feudal era estamental e fragmentada politicamente. O cerimonial a seguir transcrito, representativo do relacionamento estabelecido entre nobres, determinava as condições para a doação dos feudos, colocando até mesmo o rei dentro desse sistema de reciprocidade:

"Aos 7 dos idos de Abril, quinta-feira, foram prestadas as homenagens ao conde; o que foi cumprido segundo as formas determinadas para prestação de fé e de fidelidade, segundo a ordem seguinte. Em primeiro lugar, eles fizeram homenagem assim: o conde perguntou ao futuro vassalo se queria tornar-se seu homem sem reserva, e este respondeu:

- 'quero-o', - depois, com as mãos apertadas entre as do conde, aliaram-se por um beijo. Em segundo lugar, aquele que tinha feito homenagem empenhou a sua fé (...) e, em terceiro lugar, ele jurou isto sobre as relíquias dos santos.

Em seguida, com a vara que tinha na mão, o conde deu-lhes investidura (a posse simbólica do feudo), a todos que acabavam de prestar-lhe homenagem, de prometer-lhe fidelidade e de prestar-lhe juramento." (Gilberto de Bruges, "História da morte de Carlos, o Bom, conde de Flandres", in FREITAS, Gustavo de. 900 TEXTOS E DOCUMENTOS DE HISTÓRIA, vol. 4521 I, Lisboa, Plátano.)

O cerimonial descrito:

a) estabelecia uma rede de lealdades entre os diferentes estratos da sociedade medieval, contribuindo para a centralização monárquica.

b) delimitava direitos e obrigações entre nobreza, clero e povo.

c) estabelecia as condições para o ingresso na categoria de nobres, possibilitando ascensão social.

d) prescrevia as condições de doação dos feudos, estabelecendo uma hierarquização do ponto de vista econômico, contribuindo para o fortalecimento do poder real.

e) estabelecia uma hierarquização do ponto de vista militar, no interior de um sistema de reciprocidade, incluindo obrigações de fidelidade e proteção, no qual constituía a recompensa.