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O Território Iguaçu foi criado pelo Decreto-Lei nº 5.812, de 13 de setembro de 1943, junto a mais outros quatro novos territórios nacionais, o de Ponta Porã, no atual estado do Mato Grosso do Sul, o do Amapá, o de Rio Branco, atual Roraima, e o Guaporé, que deu origem ao estado de Rondônia. Esses territórios eram administrados diretamente pelo governo de Getúlio Vargas, durante sua ditadura do Estado Novo.
O Território Iguaçu localizava-se na região oeste e sudoeste do Paraná e no oeste de Santa Catarina, possuía uma superfície de 68,8 mil km² e uma população de cerca de 96 mil habitantes. A capital do território nacional era a cidade de Iguaçu, hoje denominada Laranjeiras. A maior parte da administração do Território Iguaçu ficou a cargo do major Frederico Trotta, nomeado pelo governo federal. Esses territórios eram administrados diretamente pelo governo federal, marcando o caráter centralizador do autoritário Estado Novo.
O objetivo da criação desses territórios nacionais inseria-se no contexto da tentativa de colonização do interior do Brasil, no processo conhecido como “Marcha para o Oeste”, um esforço para diminuir os vazios populacionais do território brasileiro. Outro objetivo era evitar o desmembramento e perda de parte do território nacional caso houvesse a transposição dos conflitos da Segunda Guerra Mundial para a América do Sul. A criação dos territórios nacionais era uma forma de garantir a Segurança Nacional.
Outro ponto importante da criação do Território de Iguaçu estava relacionado aos interesses de manutenção da integridade territorial em locais que poderiam ser alvos de disputa com países vizinhos. No caso do Território de Iguaçu, havia o interesse argentino na região, sendo que desde as décadas finais do século XIX houve conflitos diplomáticos sobre o país ao qual as terras nesse recanto do sul do Brasil deveriam pertencer.
Durante a vigência da administração federal, foram construídas várias instituições de ensino, estradas, casas e bibliotecas. Uma comarca foi instalada em Iguaçu e ainda foram deslocados para o Território de Iguaçu policiais, professores e profissionais da saúde do Paraná e também do Rio de Janeiro.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial e também do Estado Novo, em 1945, forças políticas do Paraná e Santa Catarina passaram a pressionar para que o Território de Iguaçu fosse extinto, voltando as terras a serem novamente administradas pelos dois estados. Isso foi conseguido com a Constituição de 1946, que extinguiu tanto o Território de Iguaçu quanto o de Ponta Porã, mantendo apenas os demais.
Após esse período foi iniciada uma campanha pela criação de um novo estado na região, denominado Movimento Pró-Criação do “Estado do Iguaçu”, mas que não teve sucesso.
Por Tales Pinto
Mestre em História