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Anexada ao Brasil em 1820, a Cisplatina foi invadida como parte das ações políticas do imperador Dom João VI. Na época, o imperador realizou essa invasão com o objetivo de se atender aos anseios de Carlota Joaquina, sua mulher, que desejava se transformar em “Rainha do Prata”, sendo regente daquele território no lugar de seu irmão Fernando VII, rei da Espanha. Além disso, tal anexação cumpriria determinações militares que evitariam a ocorrência de levantes liberais que influíssem o território brasileiro.
Com o processo de independência do Brasil, essa região acabou sendo palco de uma das revoltas contra o reconhecimento do Estado Brasileiro. Nesse caso, os revoltosos daquela região procuravam aproveitar a situação para que a anexação feita por Dom João VI perdesse sua validade. Entretanto, as expedições militares que lutaram contra as províncias insurgentes conseguiram manter esse espaço de colonização hispânica sob o controle do governo brasileiro.
No ano de 1825, o general Juan Antonio Lavalleja, com o apoio de lideranças políticas argentinas, organizou um movimento de emancipação da Cisplatina do julgo imperial brasileiro. Inicialmente, declararam sua anexação à República das Províncias do Rio da Prata, que integrava o território argentino. Ameaçado por tal evento, Dom Pedro I declarou guerra aos revoltosos e investiu recursos para estabelecer a reintegração do território à sua autoridade política.
Do ponto de vista político, a ação do governo pode ser vista como uma medida interessada em reafirmar a autoridade do imperador e a unidade do território. Contudo, o fato da região da Cisplatina não contar com nenhum traço de unidade histórica ou cultural com o restante do Brasil enfraqueceu o investimento em tal conflito. Além disso, vale ressaltar que as dificuldades financeiras atravessadas naquele momento também iam contra o investimento em tal conflito.
Alheio às críticas feitas naquele contexto, o imperador resolveu consumir as forças e os recursos do Estado em uma guerra que se estendeu até o ano de 1828. Mediante a derrota e a consequente dívida gerada, os ataques públicos contra o governo imperial aumentaram significativamente. Vários jornais da época problematizavam a importância de um confronto da Cisplatina. Com o fim da guerra, os rebeldes vitoriosos fundaram a República Oriental do Uruguai.
Por Rainer Sousa
Mestre em História