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Tigres Tâmeis

A morte de Velupillai Prabhakaran estabeleceu o fim dos Tigres Tâmeis.
A morte de Velupillai Prabhakaran estabeleceu o fim dos Tigres Tâmeis.
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Situado ao sul da Índia, o Sri Lanka foi o espaço colonial de diferentes nações europeias ao longo de sua história. Depois de passar pelas mãos dos portugueses e holandeses, essa pequena ilha foi dominada pelos ingleses a partir do século XIX. Naquele momento, o quadro étnico e religioso do Sri Lanka dividia-se entre a maioria budista, compondo três quartos da população, e os hinduístas (também conhecidos como tâmeis), que eram privilegiados pela administração colonial britânica.

Chegado o fim da Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945), o processo de descolonização afro-asiático acabou transformando o quadro político, até então estabelecido. A partir de 1948, ano em que os ingleses se retiraram do Sri Lanka, a maioria budista assumiu o controle do país. Em pouco tempo, a inversão de papéis inflamou a rivalidade política e religiosa entre esses dois grupos. No ano de 1976, era anunciada a formação do grupo terrorista Tigres de Libertação do Elam Tâmil.

Mais conhecidos como Tigres Tâmeis, esse grupo terrorista almejava a formação de um estado independente hinduísta na porção norte da ilha. No ano de 1983, os conflitos entre o grupo terrorista e o governo budista fomentaram um enorme conflito civil, que resultou na morte de várias pessoas. De lá pra cá, os tâmeis ficaram conhecidos pela adoção de táticas de ação terrorista que se popularizaram entre outros grupos terroristas do mundo.

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No ano de 1991, o uso de um cinturão-bomba ocasionou a morte do estadista indiano Rajiv Gandhi. Considerado o primeiro homem-bomba da história, o jovem terrorista Thenmozhi Rajaratnam aplicou seu plano ao se abaixar para tocar os pés do ministro indiano. O resultado da ação acabou ceifando a vida de mais catorze pessoas que se encontravam nas proximidades do terrível evento. Foi só então que outros grupos radicais decidiram utilizar dessa mesma tática.

Além do famigerado cinturão, os Tigres Tâmeis inovaram com a utilização de ônibus para o detonamento de bombas explosivas. Somada à ação de radicais armados, esse mesmo grupo inovou, ao fazer uso de uma força aérea e aeronáutica próprias. No mar, os tigres formaram um grupo de lanchas explosivas que atacaram embarcações e outras regiões litorâneas. Em 2006, utilizaram-se de aviões tchecos Zlin Z-143 para bombardearem Colombo, capital do país.

Esse ataque descumpria um acordo de cessar fogo, assinado em 2002, e foi o pretexto usado pelo governo do Sri Lanka para o início de uma articulada ação de combate aos Tigres Tâmeis. Em maio de 2009, o anúncio da morte do líder Velupillai Prabhakaran determinou a vitória das forças oficiais e a desarticulação dos terroristas hindus. Segundo os representantes dos Tigres, o movimento decidiu “silenciar suas armas” para não justificar a matança dos últimos representantes de seu povo.


Por Rainer Sousa
Graduado em História
Escritor do artigo
Escrito por: Rainer Gonçalves Sousa Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SOUSA, Rainer Gonçalves. "Tigres Tâmeis"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/guerras/tigres-tameis.htm. Acesso em 28 de março de 2024.

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