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Entre as particularidades que norteiam o verbo "haver", há uma que se destaca por excelência: o fato de ele se revelar como impessoal, em se tratando de dois casos específicos. Veja:
* Quando possui o sentido de existir:
Há alunos na sala.
* Quando representado pela noção de tempo decorrido:
Há dois anos não nos encontramos.
No entanto, vale mencionar que ainda há outros pormenores que também ao verbo ora em questão se atribuem – pormenores esses relativos ao tempo verbal em que ele é expresso na oração. Tal fato revela-se como bastante relevante, pois sua ocorrência está tanto ligada à oralidade quanto à escrita – sendo essa última ainda mais pertinente. Em virtude desse motivo é que se torna passível ao nosso conhecimento, dada a importância de sua correta utilização.
Para tanto, voltemos ao segundo exemplo, no qual detectamos que o verbo "haver", ora expresso no presente do indicativo (há), mantém o aspecto pontual em que se decorre a ação, ou seja, a ocorrência se deu dois anos antes do momento da enunciação. Nesse sentido vale ressaltar que o emprego de tal colocação se encontra adequado, tendo em vista o padrão formal da linguagem.
Entretanto, caso desejássemos mudar o discurso, ele seria expresso mais ou menos assim:
Não nos encontrávamos havia dois anos.
O que se pode constatar é que em decorrência de o verbo "haver" ser agora demarcado pelo pretérito imperfeito do indicativo, fez-se necessário também que o verbo "encontrar" se tornasse flexível (ajustando-se ao verbo "haver"), no caso manifestado por "encontrávamos". Mas atenção: o verbo "haver" flexiona apenas no âmbito do tempo verbal, pois a pessoa do verbo permanece inalterada – expressa na terceira pessoa do singular (como deverá ocorrer sempre).
Sendo assim, a atribuição que se confere à ação verbal é de um aspecto durativo – própria do tempo em questão (pretérito imperfeito), isto é:
A ação de não se encontrarem durou dois anos.
Mediante tais elucidações, percebe-se a necessidade de empregarmos o verbo de forma correta, não importando em quais circunstâncias de interlocução ele se manifesta.
Por Vânia Duarte
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola