PUBLICIDADE
Seus descendentes mantiveram a dinastia durante cerca de 250 anos, quase sem interrupção.
Gustavo I criou um governo central forte, apoiado por eficientes forças terrestres e navais, promoveu o comércio exterior, a agricultura, a mineração e o comércio interno. Também fundou a igreja nacional sueca, após desapropriar os bens da Igreja Católica. Aceitando as doutrinas de Lutero e desafiando a autoridade papal, Gustavo I tornou a Suécia o primeiro país a romper relações com Roma.
Em 1560, com a morte de Gustavo I, a monarquia sueca, transformada de eletiva em hereditária, estava consolidada. A coroa foi transmitida a Erik XIV, seu filho mais velho. Em 1568, porém, João, irmão de Erik, uniu-se a outro irmão, Carlos, depôs o rei sueco e subiu ao trono como João III. Casado com uma irmã do rei polonês, João III tentou aproximar-se do catolicismo, apesar da oposição do povo sueco. Seu filho Sigismundo, católico fervoroso, herdou em 1587 o trono polonês. Ao ascender mais tarde ao tronco sueco, tentou estabelecer também o catolicismo no país, o que desencadeou uma revolta que levou ao trono seu tio, Carlos IX, em 1599.
Gustavo II Adolfo, filho de Carlos IX, foi um dos soberanos mais capazes da história da Suécia. Herdou o trono, quando o país engajava-se em campanhas militares contra a Polônia, a Dinamarca e a Rússia. Com a ajuda do chanceler Axel Oxenstierna, Gustavo II pôde executar uma série de medidas notáveis, que fizeram de seu reinado uma das grandes épocas da história sueca e graças às quais o país se elevou à condição de grande potência. Seus esforços conduziram ao fim da guerra com a Dinamarca (1613) e a Rússia (1617). O armistício com a Polônia (1629) também favoreceu a Suécia.
À época de sua morte, na batalha de Lützen, em novembro de 1632, a Suécia já dominava quase toda a costa do mar Báltico. Sua filha Cristina sucedeu-lhe no trono aos seis anos de idade. O chanceler Axel Oxenstierna chefiou o Conselho de Regência até a maioridade da rainha. A paz de Vestfália, concluída durante o reinado de Cristina, em 1648, pôs fim à guerra dos trinta anos e consagrou a hegemonia sueca naquele mar. Convertida ao catolicismo, Cristina abdicou em 1654, em favor de seu primo Carlos Gustavo, que reinou sob o título de Carlos X.
Na guerra contra os dinamarqueses, durante seu reinado, a Suécia conquistou Scania, Blekinge, Halland e Bohuslän, com o que estabeleceu suas atuais fronteiras naturais.
Sucedeu-lhe, em 1660, seu filho Carlos XI. Durante a menoridade deste, o poder foi exercido por uma regência, que fundou o Banco da Suécia e a Universidade de Lund, em 1668. Entre 1675 e 1679, a Suécia voltou a entrar em guerra com a Dinamarca e a Noruega, que haviam invadido a região de Scania. Durante o reinado de Carlos XI, assistiu-se ao florescimento das artes, ao desenvolvimento de Estocolmo e à plena incorporação das províncias dinamarquesas e norueguesas à Suécia.
A morte do rei, em 1697, levou ao trono sueco seu filho Carlos XII, cujo reinado foi marcado pelos resultados catastróficos de sua derrota na grande guerra nórdica (1700-1721), contra a Dinamarca, a Polônia e a Rússia. Depois de perder a batalha decisiva em Poltava (1709), o rei fugiu para a Turquia. Retornou cinco anos depois, acompanhado por um único soldado. Ao tentar invadir a Noruega, depois de reorganizar suas forças, morreu em 1718.
Tópicos deste artigo
- 1 - Monarquia constitucional
- 2 - Dinastia Bernadotte
- 3 - Instituições políticas
- 4 - Sociedade
- 5 - Cultura
- 6 - Literatura
- 7 - Artes
Monarquia constitucional
Com a morte de Carlos XII, subiu ao trono da Suécia sua irmã, Ulrika Eleonora. As forças constitucionalistas no Exército e na administração, cuja influência crescera depois da derrota sueca frente à Rússia, forçaram-na a aceitar a condição de rainha eleita e jurar obediência a uma constituição que seria elaborada pelo Parlamento. Coroada em 1719, Ulrika Eleonora, de temperamento autoritário, não se ajustou às novas condições políticas do país e abdicou, em 1720, em favor do marido, Frederico de Hessen-Kassel. O novo reinado iniciou-se com a assinatura em 1721, da paz de Nystad, que cedia à Rússia a Íngria, a Estônia, a Livônia e parte do sudeste finlandês.
No Parlamento formaram-se dois partidos, o dos "chapéus" (alusão ao formato dos quepes militares), decididos a recuperar pela força os territórios perdidos, e o dos "gorros" (alusão aos barretes de dormir), favoráveis a uma política pacífica. Os "gorros" dominaram o governo de 1738 a 1765 e, na tentativa de anular as conseqüências do Tratado de Nystad, foram novamente derrotados pela Rússia, que ocupou a totalidade da Finlândia em 1742.
O problema sucessório que se criou após a morte de Ulrika Eleonora, sem herdeiros diretos, permitiu à Suécia negociar a devolução da Finlândia em troca da designação do candidato da Rússia, Adolfo Frederico de Holstein-Gottorp, como herdeiro presuntivo. Adolfo Frederico subiu ao trono em 1751, em virtude da morte de Frederico I. Dominado por sua mulher Luísa Ulrika -- irmã de Frederico o Grande da Prússia --, o rei tentou sem êxito, mediante um golpe de estado, recuperar o poder real. O resultado da malograda tentativa foi o completo afastamento da família real do sistema de governo.
Gustavo III, filho de Adolfo Frederico, liderou uma revolta popular, em 1772, que conseguiu recuperar o prestígio da coroa. Com o auxílio de Maria Antonieta, da França, repeliu os russos e venceu-os na batalha de Svensksund, em 1790. A guerra deixou como resíduo uma situação de instabilidade interna, agravada por considerável desgaste financeiro. A dissensão interna atingiu então seu auge, o que resultou numa conspiração contra o rei, que foi assassinado em 1792 por um oficial do Exército.
Com 13 anos de idade, subiu ao trono Gustavo IV, sob a regência de seu tio Carlos, duque de Södermanland. Quatro anos depois, em 1796, Gustavo IV assumiu o governo. Uniu-se então a uma coalizão da Inglaterra, da Rússia e da Áustria, contra a França, com o que terminou por perder as últimas possessões suecas na Alemanha. Pelo Tratado de Tilsit (1807), Napoleão e Alexandre I da Rússia concordaram em atacar a Suécia se ela não declarasse guerra à Inglaterra. Ante a recusa de Gustavo IV, a Finlândia foi invadida. Em março de 1809 o rei foi deposto. O Parlamento reformou a constituição para limitar os poderes do trono e elegeu rei o então regente Carlos, sob o título de Carlos XIII, que reinou até 1818.
Dinastia Bernadotte
Carlos XIII morreu sem deixar descendentes. A escolha do novo soberano recaiu, portanto sobre um dos marechais de Napoleão, Jean Bernadotte, eleito príncipe da coroa em 1810. Ao invés de atacar a Rússia e recuperar a Finlândia, como se esperava, o herdeiro designado aliou-se aos inimigos de Napoleão e atacou a Dinamarca. Como compensação pela perda da Finlândia, exigiu a Noruega. Os dinamarqueses renderam-se, mas os noruegueses, após declararem sua independência, escolheram como rei um príncipe dinamarquês, Cristiano Frederico.
Ante a ameaça militar de Bernadotte, Frederico renunciou ao trono e endossou a união com a Suécia, ratificada em 1815. Foi essa a última guerra de que a Suécia participou.
Posteriormente, em 1818, Bernadotte ascendeu ao trono como Carlos XIV João e fundou a atual casa da Suécia. Depois de um reinado pacífico, foi sucedido em 1844 por seu filho Oscar I, que deu prosseguimento à política de paz e progresso interno. Seguiram-se Carlos XV e seu irmão Oscar II, em cujo reinado se deu a dissolução da união com a Noruega, em 1905, e se consolidaram no Parlamento os três partidos chaves da vida política sueca durante o século XX: o Conservador, o Liberal e o Social Democrático.
Século XX. Coroado em 1907, Gustavo V teve o reinado mais longo da história sueca: 43 anos. Durante a primeira guerra mundial, o país manteve sua neutralidade, mas o comércio exterior foi seriamente afetado, o que causou graves problemas de abastecimento. Até 1917, conservadores e liberais alternavam-se no governo. O período entre guerras foi marcado, contudo, pela ascensão do Partido Social Democrático, que empreendeu uma ampla política para combater a crise econômica da década de 1930.
Por ocasião da eclosão da segunda guerra mundial, o governo social-democrata, liderado pelo primeiro-ministro Per Albin Hansson (que se elegeria para o cargo outras três vezes), fortaleceu a defesa e proclamou a neutralidade do país. A guerra russo-finlandesa levou à formação de um governo de coalizão, com representantes de todos os partidos. A invasão nazista da Dinamarca e da Noruega isolou do Ocidente a Suécia, que, muito fraca militarmente, foi obrigada a fazer várias concessões à Alemanha, sobretudo quanto ao trânsito de tropas e armas.
Terminado o conflito em 1945, os social-democratas voltaram a governar isoladamente. No ano seguinte, a Suécia tornou-se membro das Nações Unidas e, com a morte de Hansson, Tage Fritiof Erlander tornou-se primeiro-ministro. O período 1946-1950 assinalou amplas reformas no campo da previdência e da assistência social, assim como na expansão das universidades e de todo o ensino superior. Em 1950, ascendeu ao trono o rei Gustavo VI. As conquistas sociais foram ampliadas em 1959, com a lei que garantia pensão compulsória a todos os trabalhadores, e que os conservadores viam como uma ameaça de completa socialização do país.
Uma nova reforma eleitoral, em 1968, estabeleceu o sistema unicameral a ser adotado em 1971. O último Parlamento bicameral, eleito em 1968, consolidou a supremacia dos social-democratas. No ano seguinte, a Suécia mudou de chefe de governo pela primeira vez desde 1946: o primeiro-ministro Tage Erlander renunciou e foi substituído por Olof Palme. A partir de então os social-democratas não obtiveram mais a maioria nas eleições, mas sempre formaram o governo com o apoio dos comunistas. Em 1973, morreu o rei Gustavo VI Adolfo, o último a deter de fato o poder político, antes da reforma constitucional de 1971. Sucedeu-lhe seu filho, Carlos XVI Gustavo.
Nas eleições de 1976 o governo social-democrata foi derrotado. Formou-se uma coalizão de centristas, liberais e conservadores, e o líder do partido do centro, Thorbjörn Fälldin, assumiu o cargo de primeiro-ministro, pondo fim a 44 anos de domínio ininterrupto da social-democracia no país. Fälldin renunciou em outubro de 1978, em virtude de um impasse criado em torno do principal ponto de seu programa de governo: o uso da energia nuclear para gerar eletricidade. Para substituí-lo foi escolhido outro representante da mesma coalizão, o liberal Ola Ullsten.
Após as eleições gerais de 1979, Fälldin voltou a formar gabinete, apoiado numa coalizão de centristas, moderados e liberais. Dois anos depois, o Partido Moderado se retirou, e Fälldin formou novo governo. Os social-democratas triunfaram no pleito de 1982 e voltaram ao poder. Seu líder, Olof Palme, realizou como chefe de governo, uma política de rigorosa contenção de despesas e, no plano externo, enfrentou problemas nas relações com a União Soviética, acusada de realizar manobras submarinas em águas suecas. Os social-democratas foram confirmados no poder nas eleições de 1985, mas tiveram que se aliar aos comunistas para conquistar a maioria parlamentar.
Em fevereiro de 1986, Palme foi baleado por um desconhecido em Estocolmo e morreu pouco depois. O vice-primeiro-ministro, Ingvar Gösta Carlsson, assumiu o poder. Quatro anos depois, depois que os comunistas e o Partido Verde recusaram-se a apoiar as medidas de austeridade propostas pelo governo para conter a inflação, Carlsson renunciou, mas depois de preparar um conjunto de medidas mais moderado, formou novo governo.
Nas eleições gerais de 1991, porém, os social-democratas saíram derrotados e foram substituídos no governo por uma coalizão de quatro partidos não-socialistas, encabeçada pelo líder do Partido Moderado, Carl Bildt. As primeiras medidas econômicas do novo primeiro-ministro destinaram-se a fortalecer a economia de mercado e reduzir os gastos do governo, com a finalidade de tirar o país da recessão. No mesmo ano, iniciaram-se as negociações para a admissão do país na União Européia.
Nas eleições gerais de setembro de 1994, os social-democratas voltaram ao poder, com Ingvar Carlsson como primeiro-ministro. Dois meses depois, os suecos aprovaram, em plebiscito, o ingresso do país na União Européia, programado para 1º de janeiro de 1995. A decisão pôs fim a um longo período de distanciamento do país com relação ao continente europeu, em que se manteve uma política de neutralidade e de defesa dos países do Terceiro Mundo.
Instituições políticas
A Suécia é uma monarquia constitucional e hereditária, com forma parlamentar de governo. Sua constituição data de 1809 e foi revista em 1975. O monarca é o chefe de estado, mas não exerce poder político. Suas responsabilidades são apenas cerimoniais. O poder legislativo é exercido pelo Parlamento unicameral (Riksdag), cujos membros são eleitos por voto direto para um mandato de três anos. O poder executivo é exercido pelo gabinete, sob a liderança do primeiro-ministro, que é escolhido de acordo com sua capacidade de controlar a maioria votante no Riksdag. O partido político mais importante do país, o Social Democrático, está aliado aos sindicatos.
O sistema judicial consta de três níveis e é presidido pela Corte Suprema. O código civil sueco apresenta grande semelhança com os da Noruega e da Dinamarca. A figura do ombudsman (defensor do povo) é uma instituição originalmente sueca e tem sido imitada por muitos países, como o Reino Unido e a Espanha. Sua principal tarefa é controlar os possíveis excessos da administração e garantir o respeito aos direitos dos cidadãos.
A Suécia é um estado unitário dividido em 24 län (condados), à frente de cada um dos quais há um governador nomeado pelo executivo. Em cada län há também um conselho eletivo, assim como em cada um dos 284 municípios do país. Parte dos serviços de saúde e bem-estar social são controlados pelos län e municípios. Estes últimos administram também o ensino primário.
Sociedade
A imagem da Suécia no exterior é a de um estado moderno que promove o bem-estar de seus cidadãos, mediante políticas quase socialistas destinadas a garantir segurança ao povo e uma distribuição igualitária da renda. O país montou uma das mais abrangentes redes de serviço social do mundo, financiada também por um dos mais altos impostos de renda. O sistema de seguridade social oferece benefícios bastante abrangentes.
Praticamente toda a população sueca é alfabetizada. Público e gratuito, o sistema de ensino é obrigatório entre os 6 e os 15 anos. A educação de adultos é uma importante característica do sistema educacional sueco. Pelo menos metade da população adulta está matriculada em algum curso de extensão. Das 13 grandes universidades suecas, as mais importantes são as de Uppsala, Estocolmo e Göteborg.
As condições de saúde na Suécia são boas se comparadas às de outros países. A mortalidade infantil é baixa e a expectativa de vida ao nascer, alta. O número de médicos disponíveis para atender a população também é elevado. Todas as comunidades dispõem de centros de atendimento médico primário. Para atendimento altamente especializado, o país divide-se em seis grandes regiões, cada uma das quais tem no mínimo um grande hospital com vários especialistas e está ligado a uma escola médica para pesquisa e ensino.
Cultura
O nível educacional e cultural dos cidadãos suecos é muito alto. Numerosas instituições culturais, como a Ópera Real Sueca de Estocolmo, a Academia Sueca, a Real Academia de Letras, História e Antiguidades, a Biblioteca Real e a Real Academia Sueca de Ciências, foram fundadas na capital, no século XVIII.
A Fundação Nobel, criada pelo químico e industrial sueco Alfred Nobel, organiza anualmente a cerimônia de concessão do Prêmio Nobel a nomes da ciência, da literatura e da política. Os químicos e físicos laureados são escolhidos pela Real Academia Sueca de Ciências, enquanto a indicação para o prêmio de literatura é feita pela Academia Sueca.
Literatura
O primeiro nome da literatura sueca aclamado internacionalmente foi o de August Strindberg. No início do século XX a romancista Selma Lagerlöf tornou-se a primeira escritora do país a ganhar o Prêmio Nobel de literatura. Muitos outros autores contemporâneos, porém, mereceram reconhecimento internacional. Podem ser citados entre eles Hjalmar Bergman, romancista e dramaturgo de tendência introspectiva; Pär Lagerkvist, ganhador do Prêmio Nobel de 1951; Carl Artur Vilhelm Moberg, romancista de tendência socialista; e, na poesia, o escritor proletário Harry Edmund Martinson.
Artes
Inspirada no nacionalismo romântico do final do século XIX, a arte moderna sueca produziu pintores como Carl Larsson, Bruno Liljefors e Anders Leonard Zorn. Carl Milles, que dominou a escultura monumental na década de 1920, é igualmente famoso no exterior. Na Feira Mundial de Paris, em 1925, estabeleceu-se uma importante conexão entre a indústria sueca e os designers, que revolucionou o desenho industrial. Criou-se a partir de então um estilo cujas principais características são a funcionalidade e a seriedade aliada a uma extrema elegância de linhas.
O cinema sueco, apesar de sua produção reduzida em termos quantitativos, apresenta uma longa tradição e é uma das mais importantes da Europa. O cineasta Ingmar Bergman é um dos maiores nomes do cinema mundial.