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Aspectos Naturais do Oriente Médio

O Oriente Médio representa uma subdivisão do continente asiático, compreendendo a porção da Ásia que está localizada a leste da África e ao sul da Europa.

Climas secos, topografia acidentada e uma hidrografia irregular demarcam aspectos naturais do Oriente Médio.
Climas secos, topografia acidentada e uma hidrografia irregular demarcam aspectos naturais do Oriente Médio.
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O continente asiático é o maior continente da Terra, apresentando uma área de 44,5 milhões de quilômetros quadrados. Seus limites são: a sudoeste, o mar Vermelho e o Canal de Suez, que o separam da África; a oeste, os montes Urais, que representam o divisor entre Europa e Ásia no conjunto da Eurásia; ainda a oeste, as montanhas do Cáucaso e os mares Cáspio e Negro, que também representam o limite em relação à Europa; é banhado a leste pelo Oceano Pacífico (subdividido em Mar da China Meridional, Mar da China Oriental, Mar Amarelo, Mar do Japão, Mar de Okhotsk e Mar de Bering); ao sul é banhado pelo Oceano Índico (subdividido em Golfo de Áden, Mar Arábico e Golfo de Bengala); e ao norte é banhado pelo Oceano Ártico.

A região do Oriente Médio representa uma área de mais de 5 milhões de quilômetros quadrados, que se estende no sentido oeste-leste entre o Mar Mediterrâneo e  o Golfo Pérsico, apresentando a predominância de população de origem árabe e de climas secos. Em relação à África, a Península do Sinai está quase integrando o Oriente Médio ao continente africano. A construção do Canal de Suez no século XIX criou uma pequena separação de pouco mais de 50 metros nos pontos mais estreitos. Já em relação à Europa, a Península Anatoliana, onde está localizada a Turquia, determina os limites entre esses dois continentes. A separação é feita pelos estreitos de Bósforo e Dardanelos. O Estreito de Bósforo, que tem uma largura entre 550 e 3.000 metros, é o resultado de uma longa falha tectônica. Localizado um pouco mais na porção oeste do território turco, o Estreito de Dardanelos também pode ser apresentado como um dos limites frente à Europa, com uma largura que varia entre 1.200 e 7.000 metros.

Há uma facilidade de circulação no Oriente Médio em decorrência da presença de golfos e estreitos. O Estreito de Gibraltar controla a rota marítima que liga o Oceano Atlântico e o Mar Mediterrâneo. A passagem entre o Mediterrâneo e o Mar Negro é mais restrita, sendo possível apenas através dos estreitos de Bósforo e Dardanelos, na Turquia. Outras rotas importantes são o Canal de Suez, que liga o Mar Mediterrâneo ao Mar Vermelho; Bab el Mandeb, um estreito que separa o Mar Vermelho e o Oceano Índico; e o Estreito de Ormuz, que liga o Golfo Pérsico ao Oceano Índico, fundamental para os navios petroleiros.

A maior parte dos países do Oriente médio está inserida na Placa Tectônica Arábica. Há forte instabilidade em diversas localidades, como no Irã e especialmente na Turquia, com a ocorrência de fortes terremotos. Tal fenômeno decorre dos contatos entres as placas Arábica, Africana, Euroasiática, Indiana e as microplacas da Anatólia e Helênica. O relevo predominante é planáltico, com destaque para o Planalto de Anatólia, na Turquia, e o Planalto do Irã. Existem poucas planícies, com destaque para a Planície da Mesopotâmia, localizada entre o Irã e o Iraque. As cordilheiras existem em quase toda a região, com alguns picos com mais de 5.000 metros. Os dobramentos modernos têm como principais exemplos a Cordilheira de Zagros, que ocupa a porção leste do Iraque e principalmente o Irã, e a Cordilheira Hindu Kush, entre o Afeganistão e o Paquistão. Na Turquia, ocorrem as cadeias montanhosas de Tauro, ao sul, e a Cordilheira Pôntica, ao nordeste.

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Os climas desértico e semiárido são os mais comuns à região. Esses tipos climáticos resultam das latitudes médias que formam zonas de alta pressão atmosférica, dispersoras das massas de ar úmidas. Os conjuntos montanhosos também exercem influência nos aspectos climáticos. Por um lado, produzem um clima ameno por acumularem as chuvas orográficas em áreas de altitudes médias e até mais elevadas. Por outro, favorecem a presença de áreas secas, formando barreiras para a entrada das chuvas no interior do continente. Evidentemente, nas localidades mais elevadas ocorre o clima frio de montanha. Ao longo da história da região, as disputas territoriais tiveram uma ampla ligação com os limites de acesso à água potável e solos agrícolas, e até os dias atuais há uma conotação geopolítica para os locais onde estão localizados os mananciais, lençóis freáticos e cursos da água superficiais.

Nas áreas desérticas, a precipitação é baixa, com média de quatro centímetros por ano. Ao longo da costa do Mar Mediterrâneo, assim como nas proximidades dos mares Negro e Cáspio, a água serve para diminuir as temperaturas extremas do deserto, resultando em um clima mais moderado. Em áreas mais bem servidas por chuvas e rios (como a bacia do Tigre e Eufrates, áreas banhadas pelo rio Jordão e ao longo da costa mediterrânea), a agricultura é mais praticada.  Na Turquia, o clima mediterrâneo favorece a maior ocorrência de chuvas durante os meses de inverno.


Júlio César Lázaro da Silva
Colaborador Brasil Escola
Graduado em Geografia pela Universidade Estadual Paulista - UNESP
Mestre em Geografia Humana pela Universidade Estadual Paulista - UNESP

Escritor do artigo
Escrito por: Júlio César Lázaro da Silva Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SILVA, Júlio César Lázaro da. "Aspectos Naturais do Oriente Médio"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/aspectos-naturais-oriente-medio.htm. Acesso em 28 de março de 2024.

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