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Filipa Lã, soprano e pesquisadora do Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro – Portugal, descobriu que as fases do ciclo menstrual podem afetar negativamente o desempenho de cantoras líricas e afirma que as variações hormonais afetam, além dos tecidos das paredes do útero, a mucosa das cordas vocais, cujos tecidos são semelhantes.
Assim, nas fases pré-menstrual e menstrual há retenção de líquido nessas regiões, perceptível de forma mais clara nestas mulheres, uma vez que interferem diretamente a voz e é por este motivo, inclusive, que alguns países da Europa incluem no contrato de cantoras líricas que estas tenham direito a repouso por três dias, caso a voz esteja afetada em razão dessas mudanças.
Para driblar esse possível problema – que pode até conferir edemas – e não exigir muito da voz nesta fase, bastante ingestão de água, uso de vitamina B12 e evitar menstruação por uso de pílulas são alternativas que Filipa lista.
Atualmente a pesquisadora estuda acerca das variações nos mecanismos da fala que ocorrem na menopausa, principalmente devido ao tratamento hormonal. Segundo esta, a rouquidão, diminuição do registo e da flexibilidade e da estabilidade vocais e problemas com a emissão vocal, controle da voz e manutenção do registo agudo são alguns dos sintomas nesta fase.
Assim, saber como a mulher se sente neste momento de mudanças, tanto no âmbito fisiológico quanto emocional, investigando os sintomas vocais e psicológicos que enfrentam e como refletem no âmbito profissional é o objetivo inicial do projeto.
Como a maioria dos fármacos para este fim não possuem em suas bulas qualquer referência a contraindicações no que se diz respeito à voz, Filipa investiga os efeitos desta terapêutica, verificando os efeitos vocais ocorridos entre mulheres de um grupo controle (com uso de placebos), grupo com utilização de fármacos com propriedades antiandrogênicas e outro com propriedades antiminerolocorticoides.
Por Mariana Araguaia
Graduada em Biologia