PUBLICIDADE
O suor é um líquido produzido pelas glândulas sudoríparas que se localizam na derme. Em nosso corpo há cerca de dois milhões de glândulas sudoríparas distribuídas em todas as regiões, exceto nos mamilos, lábios e órgãos genitais, sendo que a maior parte delas se localiza no rosto, palma das mãos e planta dos pés. A glândula sudorípara possui uma parte espiralada onde o suor é produzido e um ducto longo liga a glândula à abertura ou ao poro, na superfície da pele. As células nervosas do sistema nervoso simpático se conectam às glândulas sudoríparas, que são classificadas como: glândulas écrinas e glândulas apócrinas.
Imagem mostrando a camada da pele onde se encontram as glândulas sudoríparas.
As glândulas écrinas são encontradas em todo o corpo, mas principalmente na palma das mãos, planta dos pés e testa. São glândulas pequenas, ativas desde o nascimento da pessoa.
As glândulas apócrinas podem ser encontradas em todo o corpo, mas principalmente sob os braços (axilas), e na região genital-anal. Essas glândulas terminam em folículos capilares, e não em poros. São glândulas grandes que se tornam ativas somente na puberdade e são ricas em proteínas e ácidos graxos, que dão ao suor um aspecto espesso e amarelado. Isso justifica o aparecimento de manchas amareladas nas roupas, na região das axilas. Quando suamos, as bactérias presentes na pele começam a metabolizar as proteínas e os ácidos graxos presentes no suor, assim elas produzem substâncias que possuem um odor desagradável, como o ácido isovalérico e a androsterona.
A distribuição das glândulas apócrinas depende de características etárias e raciais. Em crianças, as glândulas apócrinas ainda não estão desenvolvidas, por isso o suor das crianças não tem mau cheiro como o dos adultos. Índios e pessoas de etnia amarela possuem pequena quantidade de glândulas apócrinas, enquanto que europeus e negros possuem essas glândulas em grandes quantidades.
O suor é composto principalmente de água, mas podemos encontrar outras substâncias retiradas do sangue pelas glândulas sudoríparas, como ureia, ácido úrico e cloreto de sódio. Alguns alimentos e medicamentos, como alho, cebola, antibióticos, vitaminas e algumas toxinas, podem ser eliminados pelo suor.
O suor tem a função de refrigerar o corpo, de forma que ele não esquente muito. Suando, o nosso corpo se livra do excesso de calor produzido pelo metabolismo ou pelo esforço muscular. Quando fazemos algum esforço físico, a atividade muscular faz com que se produza muito calor e a temperatura do corpo aumente. Então, por meio do suor, o corpo consegue se resfriar reduzindo a temperatura, contribuindo para a manutenção da temperatura corporal. Alterações hormonais, como menopausa e doenças da tireoide; e emocionais (ansiedade, medo, dor), também influenciam na produção de suor. “Neuro-hormônios, como o cortisol, secretados em situações de estresse e ansiedade, interferem no funcionamento das glândulas sudoríparas écrinas e apócrinas, aumentando a transpiração, independente da temperatura externa”, explica a dermatologista Denise Steiner, presidente da Comissão de Ensino da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Regional de SP.
A hiper-hidrose localizada é a produção exagerada de suor nas palmas das mãos, plantas dos pés ou nas axilas. Na hiper-hidrose generalizada ocorre aumento da transpiração por todo o corpo. Ainda não se sabe ao certo a sua causa, mas é possível que ocorra em virtude de alguns fatores como desequilíbrios hormonais, problemas na tireoide e hiperatividade do sistema nervoso simpático. “É possível, ainda, ser consequência de doenças que ativam o sistema nervoso simpático (hipertensão, por exemplo) ou infecções, problemas pulmonares, cardíacos e metabólicos, como o diabetes”, explica Rogério Silicani Ribeiro, especialista em Endocrinologia pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia e pós-graduando na Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “Em algumas doenças metabólicas, como o hipertireoidismo ou a hipoglicemia, a sudorese excessiva pode ser o único sintoma percebido pelo paciente”, completa Ribeiro.
Algumas medidas sugeridas por dermatologistas podem ajudar a resolver o problema da hiper-hidrose.
• Manter axilas e virilhas depiladas ajuda na evaporação do suor e impede o mau cheiro causado pelas bactérias;
• Preferir desodorantes à base de substâncias neutras;
• Fazer compressas com chá-preto auxilia na diminuição da sudorese, já que o chá contém ácido tânico, que desacelera a produção da glândula sudorípara;
• Desodorantes antiperspirantes reduzem a produção de suor em virtude da ação de compostos à base de alumínio;
• Se o que incomoda em seu suor é o odor, use desodorantes que contenham bactericidas em sua constituição.
Para algumas pessoas, essas medidas podem não resolver. Por isso, elas recorrem a métodos terapêuticos, como aplicações de toxina botulínica. Essa toxina age na produção de acetilcolina, um neurotransmissor utilizado pelo nosso organismo para acionar o mecanismo da transpiração. As aplicações são feitas por um médico dermatologista na camada superficial da pele e consistem em um tratamento sem contraindicações e sem efeitos colaterais, a não ser pequenos hematomas na pele. Os efeitos desse tratamento duram cerca de sete meses, sendo que, após esse prazo, devem-se fazer novas aplicações.
Por Paula Louredo
Graduada em Biologia