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A pílula do dia seguinte, ao contrário do que muitos imaginam, não deve ser considerada um método contraceptivo. Isso porque se trata de um fármaco que deve ser utilizado somente em situações emergenciais, como estupro, ou quando o método habitual falhou e uma possível gravidez não seria muito bem-vinda.
Dependendo da marca, tal fármaco pode ser comercializado em dose única ou fracionado em duas pílulas. Elas devem ser tomadas em no máximo 72 horas após o coito desprotegido. Quanto mais rápido isto ocorrer, menores as chances de se engravidar.
Composto por alta dosagem de hormônios, proporcional a pelo menos meia cartela de pílulas anticoncepcionais, tal método agirá no organismo feminino de formas diferentes, de acordo com a etapa do ciclo menstrual em que a mulher se encontra. Assim, pode:
- Impedir a liberação do ovócito, caso a mulher não tenha ovulado;
- Alterar a secreção vaginal, tornando hostil o trajeto dos espermatozoides;
- Alterar o endométrio (parede interna do útero), impedindo a fixação do ovócito já fecundado (nidação), sendo ele eliminado juntamente com a menstruação.
Como a nidação é pré-requisito para se considerar que a gravidez foi, de fato, consumada, a pílula do dia seguinte não pode ser considerada abortiva. Aliás, é válido lembrar que, caso tal evento já tenha ocorrido, seu uso não será capaz de impedir a gestação e, felizmente, não causará danos ao embrião.
Como possui alta dosagem hormonal, a pílula do dia seguinte tende a desregular o ciclo menstrual, sendo tal fato agravado quanto mais frequente for seu uso. Dessa forma, tanto a previsão da data da próxima menstruação quanto o cálculo do período fértil podem ser prejudicados, aumentando as chances de uma possível futura gravidez, caso não seja feito o uso de algum método contraceptivo confiável nas relações sexuais seguintes.
Ela também apresenta efeitos colaterais, como enjoos, inchaços, cólicas, sangramentos irregulares e até mesmo vômitos (neste último caso, se ocorrer até duas horas após sua ingestão, ela deve ser ingerida novamente). Além disso, trombose, derrame, dentre outros problemas mais sérios, também podem se manifestar, principalmente em casos em que a mulher utiliza por mais de três vezes, ao ano, tal método.
Para finalizar, é necessária a pontuação de que tal fármaco não protege contra doenças sexualmente transmissíveis!
Por Mariana Araguaia
Bióloga, especialista em Educação Ambiental