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Os Chondrichthyes, classe de peixes com esqueleto cartilaginoso (do grego chondros = cartilagem; ichthyos = peixes), são representados por animais marinhos pertencentes ao grupo dos vertebrados gnastostomados (boca com mandíbula): as raias, os tubarões e as quimeras, cujo crânio, vértebras e demais estruturas esqueléticas são bem desenvolvidas.
Esses organismos possuem pele revestida por pequenas escamas placoides, semelhantes a um dente, com parte externa esmaltada (de origem epidérmica), e a interna denominada dentina (de origem dérmica), envolvendo um canal central chamado polpa.
Essa característica hidrodinâmica relacionada à forma alongada ou discoide, confere grande mobilidade aos peixes, diminuindo a resistência e facilitando o movimento no ambiente aquático, auxiliando a funcionalidade das nadadeiras.
Nos condrictes, além das nadadeiras ímpares, existem dois conjuntos de nadadeiras pares: as peitorais e as pélvicas, conferindo maior velocidade, estabilidade e agilidade no deslocamento vertical, ou seja, no movimento de subir ou descer na coluna de água.
As brânquias dos peixes cartilaginosos abrem-se em fendas laterais na região anterior do corpo.
Durante a evolução, os primeiros peixes desse grupo não tinham mandíbula, e a boca possuía aspecto de uma ventosa. A partir do primeiro arco esquelético branquial surgiram a mandíbula e o arco hioide, articulando a mandíbula ao crânio, sendo os demais arcos esqueléticos servindo de sustentação para as brânquias.
Dessa forma, a formação da mandíbula ocasionou maior adaptação quanto à captura de presas (predação), aumentando a variedade de alimentos disponíveis, proporcionando a esses animais ocupação em novos nichos ecológicos.
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CLASSIFICAÇÃO
A classe dos condrictes se divide em:
Holocephali (holecéfalos) → As quimeras: organismos com cerca de 1 metro de comprimento, olhos grandes, calda longa e flexível, ausência de escamas revestindo o corpo, possuem brânquias protegidas por opérculo, habitando águas oceânicas de baixa temperatura (entre 100 e 1500 metros de profundidade).
Elasmobranchii (elasmobrânquios) → Os tubarões e as raias: com aproximadamente 790 espécies, os organismos deste grupo chegam a medir de 6 a 20 metros de comprimento, possuindo fendas branquiais sem proteção opercular, com proeminente região anterior da cabeça formando o rostro, alojando em posição ventral o aparelho bucal capaz de se projetar.
SISTEMA NEUROSSENSORIAL
Tanto o sistema nervoso quanto o sensorial, a exemplo dos tubarões, é bem desenvolvido:
- A visão é nítida, porém não enxergam colorido;
- As narinas não desempenham função respiratória, contudo o olfato aguçado é capaz de detectar, através de quimiorreceptores, pequenas frações de substâncias (uma gota de sangue) dissolvidas no oceano, a quilômetros de distância;
- Portador de orelha interna, sensível a vibrações causadas por perturbação na água;
- E presença de linha lateral longitudinal ao corpo do animal, contendo células mecanorreceptoras (os neuromastos), possibilitando orientação quanto à posição e direção.
SISTEMA RESPIRATÓRIO
Na respiração, a água (contendo oxigênio dissolvido) entra pela boca, passa pela faringe e banha de cinco a sete pares de brânquias (onde o O2 é absorvido) e sai pelas fendas branquiais.
SISTEMA REPRODUTOR
São animais de sexos separados, com fecundação interna e desenvolvimento direto. A maioria das espécies é ovípara ou ovovivípara, porém existem espécies vivíparas, formando uma rudimentar placenta derivada do saco vitelínico do embrião, ligada ao útero da fêmea. O macho apresenta nadadeira pélvica modificada em órgão copulador.
Por Krukemberghe Fonseca
Graduado em Biologia