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A lógica antiga, moderna ou clássica não era plenamente formal, pois não era apática aos conteúdos das preposições nem às operações intelectuais do sujeito do conhecimento. Era atribuída a forma lógica o valor de falsidade ou verdade com base na falsidade ou verdade dos atos de conhecimento do sujeito e na irrealidade ou realidade dos objetos conhecidos. Em oposição a essa linha de pensamento, a lógica contemporânea, procura se tornar um cálculo simbólico, preocupando-se cada vez menos com o conteúdo material das preposições e com as operações intelectuais do conhecimento. Tornando-se plenamente formal.
A lógica descreve as formas, as relações e as propriedades das preposições, em decorrência da construção de um simbolismo regulado e ordenado que permite diferenciar linguagem cotidiana e linguagem formalizada. A linguagem formal nada tem a ver com a linguagem cotidiana, pois se trata de uma linguagem inteiramente construída por ela mesma, baseada no modelo da matemática.
Desde o período da Grécia Antiga, a matemática era considerada uma ciência baseada no intuito intelectual de verdades absolutas, existentes em si e por si mesmas, não dependendo de nenhuma interferência humana.
As figuras geométricas, os axiomas, os números, as operações algébricas, as operações aritméticas e os símbolos eram considerados verdades absolutas necessárias, universais, que existiriam com ou sem os homens e que permaneceriam existindo mesmo se os seres humanos desaparecessem. Porém, a partir do XVII passou-se a considerar a matemática uma ciência que resulta de uma construção intelectual, uma invenção do espírito humano.
Os entes matemáticos são puras idealidades construídas pelo pensamento ou pelo intelecto, que formula um conjunto rigoroso de regras, princípios, normas e operações para a criação de números, figuras, cálculos, símbolos, etc. Concluído que a matemática é uma ciência de formas e cálculos puros, organizados numa linguagem simbólica perfeita, na qual cada signo é um algoritmo, isto é, um símbolo com um único sentido.
Ref: Marilena Chaui, Convite à Filosofia.
Por Eliene Percília