PUBLICIDADE
O mau hálito, popularmente chamado de bafo, é a eliminação de odores desagradáveis pela boca. Não se trata de uma doença, e sim de um sinal de que algo no organismo não vai bem e precisa ser controlado. Na linguagem médica, é denominado halitose – palavra derivada do latim Halitus, que significa ar expirado.
Segundo a ABHA, 30% da população brasileira sofre de halitose. Muitas pessoas passam anos com problemas e são discriminadas em decorrência do mau hálito. Isso acontece porque o sentido do olfato se acostuma com cheiros constantes, deixando o mau hálito passar despercebido.
Mas o que provoca o mau hálito? Ele pode ter diversas causas. Aproximadamente 90 a 95% dos casos são de origem bucal e 5 a 10%, de outras causas, como derivado das vias aéreas superiores ou de origem metabólica. Além disso, pode ser por má higiene bucal, mas essa causa corresponde somente a 20% dos casos. É importante frisar que a halitose não é gerada por problemas estomacais, o que é um mito existente sobre o assunto.
São duas as causas mais frequentes de halitose: a presença de saburra lingual ou de cáseos amigdalianos. A saburra lingual é constituída por restos proteicos, alimentares e salivares; células descamadas do tecido epitelial da boca e bochecha, além de bactérias. Possui cor esbranquiçada ou amarelada e se forma no dorso da língua. Os cáseos amigdalianos possuem formação e composição semelhante à saburra lingual, mas são formados em depressões da região posterior da língua, no fundo da cavidade oral. As bactérias presentes nas saburras e/ou nos cáseos se alimentam de restos proteicos das células epiteliais descamadas, liberando enxofre na forma de “compostos sulfurados voláteis (CSVs)”, que são os principais responsáveis pelo cheiro desagradável do mau hálito.
Podemos listar como outras causas frequentes da halitose a má higiene bucal, problemas de gengiva, como a gengivite; abscessos, menor produção de saliva, jejum prolongado, ressecamento da boca, consumo excessivo de álcool (inclusive enxaguantes bucais que contêm álcool, pois contribuem para o ressecamento e descamação do epitélio da cavidade oral) e pouca ingestão de água – o que contribui para a baixa salivação.
Para evitar o mau hálito recomenda-se realizar diariamente uma boa higiene bucal, escovando os dentes após as refeições e passando o fio dental ao menos uma vez por dia; não se esquecer de escovar também a língua durante a escovação, com a própria escova ou com raspadores próprios; beber bastante água, pelo menos dois litros por dia; evitar ficar muitas horas sem se alimentar; evitar o uso excessivo de fumo, álcool e enxaguantes bucais com álcool, além de ir ao dentista regularmente.
Havendo a percepção da incidência constante do mau hálito, deve-se procurar um odontólogo especialista no assunto. Esse profissional poderá descobrir as causas da halitose e passar orientações de como combatê-la.
Por Flávia Figueiredo
Graduada em Biologia