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Entende-se por luto não somente a reação vivenciada diante da morte ou perda de um ser amado, mas também as manifestações ocorridas em outras perdas, como separações familiares, de amigos, conjugais. Lembranças de valores emocionais, como mudanças de casa e de país, remetem ao processo de luto. Frente à instalação destas perdas significativas, o luto é visto como um processo mental que as designa.
A característica inicial do processo de luto acontece pelas relembranças da perda aliada ao sentimento de tristeza e choro, sendo que a pessoa se consola logo após. Este é um processo que evolui, onde as relembranças são intercaladas com cenas agradáveis e desagradáveis, sem, necessariamente, ser acompanhadas de tristeza e choro. Além destes sentimentos, é comum o choque, a raiva, a hostilidade, a solidão, a agitação, a ansiedade, a fadiga. Sensações físicas como vazio no estômago e aperto no peito podem ocorrer.
A duração deste processo é inconstante e seguido de uma notável falta de interesse pelo mundo exterior. Com o passar do tempo, o choro e a tristeza vão diminuindo e a pessoa vai se reorganizando, porém é um processo a longo prazo e os episódios de recaída são comuns.
É importante salientar que a dor da perda não pode ser avaliada, cada pessoa deve ser entendida em sua necessidade, com suas características e reações peculiares.
Pensando a respeito da família, o luto pode provocar uma crise na mesma, pois exige a tarefa de renúncia, de excluir e incluir novos papéis na cena familiar. Percebe-se então que existe aí uma complexidade, pois esta crise pode estagnar o desenvolvimento da família, fator que pode definir o processo de luto.
Patrícia Lopes