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Diferenças Entre as Brincadeiras de Meninos e Meninas

A divisão das brincadeiras por gêneros é uma construção histórica, amplamente relacionada aos papéis desempenhados pelo feminino e pelo masculino na vida em sociedade.

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O que é uma brincadeira?

Entre outras definições, a brincadeira pode ser entendida como uma forma organizada de expressão. A partir da ação de brincar, as crianças representam o mundo que as cerca e consegue gerar formas diferenciadas de olhar para esse mundo. As brincadeiras podem ser solitárias – quando uma criança imagina, cria roteiros e brinca sozinha – ou social – quando ocorre interação com outras crianças e a relação de troca de conhecimentos sobre a realidade.

Os brinquedos criados para os meninos geralmente visam à aventura
Os brinquedos criados para os meninos geralmente visam à aventura.

A divisão das brincadeiras femininas e masculinas

Entender a brincadeira como forma de representação do mundo implica compreender que, de alguma forma, as crianças, ao brincar, imitam a realidade. Assim, fica fácil entender porque, ao longo dos anos, assim como a realidade adulta, as brincadeiras davam conta de dividir e atribuir papéis específicos a homens e mulheres, meninos e meninas. Na história da humanidade, essa divisão de papéis sempre foi marcada. As mulheres, criadas para a maternidade, a doçura, o cuidado e a educação. Já os homens criados para a proteção, a virilidade e a aventura. O brincar apenas incorporou essa realidade amplamente apoiada na divisão das questões de gênero: os brinquedos para as meninas estimulam o desenvolvimento de habilidades manuais finas, do cuidado com os afazeres domésticos e a educação dos filhos. Enquanto os brinquedos desenvolvidos para meninos tendem a estimular a solução de problemas e o uso da força física.

Os brinquedos criados para as meninas podem estimular a maternidade
Os brinquedos criados para as meninas podem estimular a maternidade.

Quais são os efeitos da diferenciação?

Para os pais, diferenciar brincadeiras de meninos e meninas é uma forma de dominar a relação que os filhos estabelecem com o mundo, eliminando a ansiedade diante do desconhecido mundo da criança. Para as crianças, essa diferenciação muitas vezes não faz sentido. Nos casos em que há punição pela transgressão, existe um fator complicador. Por exemplo, quando um garoto gosta de brincar com bonecas e é punido por isso, as relações dele com o feminino podem ser bastante comprometidas. O mesmo ocorre quando alguma garota é alvo de críticas por se interessar por futebol ou artes marciais.

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Como lidar com as diferenças?

É preciso entender, em primeiro lugar, que as divisões das brincadeiras em “coisas de menino” e “coisas de menina” é algo histórico, não é uma invenção de determinado pai ou mãe. Nesse sentido, desconstruir a problemática e compreendê-la não é tarefa fácil. O mais importante é ter em mente que, assim como nas brincadeiras, as crianças imitam a realidade quando tem que agir diante da diferença. Portanto, a reação de uma criança diante de um amigo que tem gostos diferentes do dela em muito depende de como a família, a escola e a sociedade reagem diante disso.

Para os pais e educadores fica sempre a questão: por que há um incômodo na utilização de brinquedos independentemente do gênero? Por que uma menina que joga futebol ou um garoto que gosta de panelinhas incomoda? Quais são as questões dos adultos que os levam a crer que essa brincadeira seja problemática?

Muitos educadores acreditam que a brincadeira seja uma preparação para a vida. Se pensarmos assim, não seria coerente entender que um garoto que brinca com bonecas será um bom pai quando adulto, ou ainda, entender que uma garota que gosta de brinquedos complexos será uma pesquisadora.

O que deve ser destacado para pais e educadores é o seguinte: independentemente da sua relação com a realidade, a criança tem que ter a liberdade de escolher como e com o que quer brincar. Punir uma criança por agir de forma diferente do esperado apenas transforma sua curiosidade em uma experiência monótona de uma realidade que não permite diferenças.

Como saber mais?

O filme Ma Vie Em Rose (Minha Vida em Cor de Rosa) conta a história de Ludovic, um menino que acredita ser menina. É uma forma muito interessante de iniciar discussões sobre os preconceitos decorrentes da identidade de gênero, como as brincadeiras e preferências de cada criança.

Já o documentário Ultrapassando Barreiras (disponível online) conta a história de Emily que, vinda de uma família tradicional, decide ser jogadora de basquete.


Juliana Spinelli Ferrari
Colaboradora Brasil Escola
 

Escritor do artigo
Escrito por: Brasil Escola Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

ESCOLA, Brasil. "Diferenças Entre as Brincadeiras de Meninos e Meninas"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/psicologia/diferencas-entre-as-brincadeiras-meninos-meninas.htm. Acesso em 19 de abril de 2024.

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