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Diagnosticar o transtorno bipolar não é fácil, mesmo para muitos psiquiatras e psicólogos com boa experiência. Pesquisas indicam que muitos bipolares passam em média por três médicos para que ocorra, de fato, o diagnóstico e tratamento corretos. Isso porque muitas vezes a fase de mania é vista apenas como um momento feliz após período de tristeza profunda, que seria supostamente a depressão unipolar propriamente dita; ou porque os sintomas de mania são confundidos com outras doenças, como as ligadas a transtornos de personalidade, transtorno obsessivo compulsivo, ansiedade ou fobia.
A depressão bipolar, assim como a tradicional, tem como sintomas sentimentos de tristeza, vazio, desespero e baixa autoestima. O interesse pelas atividades que outrora proporcionavam prazer diminui, dormir pode se tornar uma tarefa difícil e pensamentos destrutivos e pessimistas perduram na sua mente. Pode haver perda de apetite e a memória tende a ficar comprometida.
Alguns pesquisadores apontam que existem diferenças entre esses dois tipos de depressão, sendo que a do portador da bipolaridade tem início mais precoce e abrupto, maior número de episódios, sintomas psicóticos mais frequentes, maior risco de suicídio, lentidão psíquica e motora, e grande sensibilidade à rejeição. É, inclusive, nestes momentos que o bipolar tende a se sentir arrependido, solitário, impotente e incompreendido no que se diz respeito a seu comportamento eufórico e, muitas vezes, excêntrico, característicos dos momentos de mania.
Devido a estes fatores, e considerando a existência da alteração destas duas fases, tratar a depressão bipolar com antidepressivos pode potencializar os sintomas maníacos, quando esses ocorrerem. Desta forma, fica claro que o paciente com esta doença deve ter um acompanhamento diferenciado. Geralmente é indicado a ele o uso de estabilizador de humor, podendo estar associado a outros medicamentos, tais como ansiolíticos, sendo essencial o acompanhamento psicoterápico.
Por Mariana Araguaia
Graduada em Biologia