Observe os grupos de palavras a seguir:
a) real, livro, folha, carta, dente, chuva;
b) realidade, casarão, carteiro, folhagem, dentista, chuvisco;
c) infeliz, intramuscular, prever, subterrâneo.
As palavras do grupo A não podem ser reduzidas a grupos menores de palavras porque só possuem um elemento mórfico, o radical, ou seja, possuem apenas um núcleo que carrega toda a significação da palavra que é reconhecida no mundo em que vivemos.
Já no grupo B segue-se ao radical um sufixo, ou seja, um elemento mórfico que dá uma nova ideia à palavra primitiva, alterando sua categoria gramatical. Assim, temos: real – adjetivo; realidade – substantivo.
Por fim, no grupo C, o radical é antecedido por um elemento mórfico chamado prefixo, que confere ao radical uma nova significação, ou seja, possui mais valor semântico do que morfológico e não modifica a categoria gramatical da palavra primitiva.
Esses elementos mórficos que podem possuir função morfológica (sufixos) ou função semântica (prefixos) são chamados de afixos na língua portuguesa. Veja os usos desses afixos a seguir:
- Podem alterar a categoria gramatical do radical:
cruel (adjetivo) – crueldade (substantivo)
São Paulo (substantivo) – paulista (adjetivo)
lembrar (verbo) – lembrança (substantivo)
bondosa (adjetivo) – bondosamente (advérbio)
- Conferem à palavra associada a noção de aumentativo e diminutivo, de nomes de agentes, de ação, de coletivos, etc.:
casarão, ruazinha, sapateiro, punição, boiada, etc.
- Podem ser sufixos nominais (aqueles que formam substantivos e adjetivos), sufixos verbais (que se unem ao verbo) e sufixo adverbial (o único é o sufixo -mente)
- Altera o significado do radical e pode relacionar-se com as preposições:
feliz – infeliz
pôr – sobrepor (preposição sobre)
mediar – intermediar (preposição entre)
Dessa forma, prefixos e sufixos são chamados de afixos, sendo que prefixos são os afixos que se acrescentam ao início do radical e sufixos são os afixos que se juntam ao final do radical.
Por Mariana Rigonatto
Graduada em Letras