Sabemos que existem diversos animais peçonhentos no nosso país, um grupo variado de cobras, aranhas e escorpiões. Dentre os animais peçonhentos encontrados no Brasil, podemos citar: jararaca, surucucu, cascavel, coral-verdadeira, aranha-armadeira, aranha-marrom, tarântula, escorpião-preto e escorpião-amarelo.
A picada desses animais pode desencadear diversos processos no nosso corpo que vão desde uma dor local até a morte. Para diminuir os efeitos dessas toxinas e evitar maiores complicações são utilizados os chamados soros antipeçonhentos.
O soro é produzido por algumas empresas e comprado pelo Ministério da Saúde, que faz o papel de distribuição para todo o país. Esses soros são distribuídos gratuitamente para pessoas que sofreram algum tipo de acidente com esses animais.
Para a produção do soro, é necessário injetar o veneno desidratado e cristalizado em um cavalo. O cavalo, então, passa 40 dias em um processo denominado hiperimunização. É nesse período que o cavalo vai produzir os anticorpos contra o veneno injetado. Passado esses 40 dias, uma amostra de sangue é retirada e analisada para verificar a quantidade de anticorpos produzida. Quando o teor de anticorpos é atingido, faz-se a retirada do sangue do animal. O plasma, parte que contém os anticorpos, é separado das hemácias e é levado para análises de qualidade.
Quando uma pessoa sofre um acidente com animal peçonhento, o soro é então injetado. Como o soro apresenta anticorpos contra um determinado veneno, há uma ação de combate rápida. Como as toxinas agem com rapidez, não é possível que nosso corpo sozinho consiga ter uma resposta imunitária.
Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)
Dentre os soros produzidos no Brasil, podemos citar:
Antilatrodéctico: contra o veneno da aranha viúva-negra. Esse soro só é produzido pelo Instituto Vital Brazil.
Antiaracnídico: contra o veneno de aranhas do gênero Phoneutria (armadeira), Loxosceles (aranha-marrom) e escorpiões brasileiros do género Tityus.
Antiescorpiônico: contra o veneno de escorpiões brasileiros do gênero Tityus.
Antilonômico: contra o veneno de taturanas do gênero Lonomia.
Antibotrópico: contra o veneno de jararaca, jararacuçu, urutu, caiçaca, cotiara.
Anticrotálico: contra o veneno de cascavel.
Antilaquético: contra o veneno de surucucu.
Antielapídico: contra o veneno de coral.
Antibotrópico-laquético: contra o veneno de jararaca, jararacuçu, urutu, caiçaca, cotiara ou surucucu.
Em caso de acidente com algum desses animais peçonhentos, procure um médico imediatamente e tente levar o animal junto com você. Isso facilita na escolha de qual soro indicar. Lembre-se também de não fazer torniquetes ou garrotes, não cortar e não colocar nenhuma substância no local da picada.
Por Ma. Vanessa dos Santos