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Independência da Bahia: conheça as heroínas desta história

Nos campos de batalha, nas igrejas e nas ruas, a atuação destas mulheres mudou o rumo da história do país. Conheça mais sobre a participação delas na Independência da Bahia

Em 02/07/2024 10h41 , atualizado em 02/07/2024 10h43
Munlher com roupas de baiana atrás da bandeira da Bahia em referência à independência da Bahia
A independênciada Bahia causou uma das batallhas mais intensas da história do Brasil Crédito da Imagem: Shutterstock / Joa Souza
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A Independência da Bahia é comemorada hoje, dia 2 de julho. Para compreender o significado desta data é precisa voltar mais de duzentos anos na história. O movimento de revolta dos baianos contra as autoridades portuguesas iniciou em fevereiro de 1822. Alguns meses antes da independência do Brasil, que aconteceu em setembro do mesmo ano. 

Com o clima de insatisfação crescente contra a Coroa Portuguesa, 3 vilas baianas, Santo Amaro, São Francisco do Conde e Cachoeira, se manifestaram contra o domínio europeu, o que enfureceu Madeira de Melo, o general português que comandavas as tropas leias à coroa. Por conta disso, ele ordenou o ataque a uma dessas vilas, mas a reação popular foi intensa e a empreitada militar fracassou.

Esse evento deu origem a uma série de batalhas no solo baiano. Estes conflitos foram marcados pelas histórias de três mulheres, até hoje lembradas no imaginário popular da Bahia, Maria Felipa, Maria Quitéria e Joana Angélica. Veja um pouco da história delas! 

Maria Felipa

Maria Felipa é uma personagem cercada de mistérios, tanto por conta da escassez de documento históricos, quanto pela vastidão de feitos atribuídos a ela. A história contada é que ela foi um mulher negra, liberta, que atuou diretamente nas batalhas contra os portugueses.

Contam de navios que ela incendiou, de uma tropa composta por até 40 homens e mulheres comandada por ela e, um dos relatos mais marcantes, é a surra de cansanção que ela e mais um grupo de baianas teria dado em soldados portugueses.

Monumento em Salvador em homenagem à Maria Felipa. Créditos: Wikicommons 

Cansanção é uma planta urticante que pode causar queimaduras dependendo da intensidade do contato com a pele. Também falam sobre sua habilidade na capoeira e que ela vigiava as praias baianas durante a época do conflito.

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Entretanto, há pouca documentação histórica referente a ela. O registro que chega mais próximo das histórias contadas é de uma mulher (chamada Maria Felipa), décadas depois da Independência da Bahia, que agrediu um homem por atacar a sua filha.

Maria Quitéria 

Maria Quitéria foi a primeira mulher a ingressar nas Forças Armadas Brasileiras. Ela fingiu ser homem para poder ingressar no exército e lutar na guerra, usou o pseudônimo de Soldado Medeiros. 

Mesmo após ter a sua identidade revelada, seus oficiais permitiram que ela continuasse no exército devido a sua disciplina e sua habilidade com as armas. Sua iniciativa foi inspiradora e fez mais mulheres ingressarem nas tropas para serem comandadas por ela nos campos de batalha.

Retrato de Maria Quitéria, de Domenico Failutti.
Retrato de Maria Quitéria, de Domenico Failutti.

Depois da guerra, Maria Quitéria casou-se e teve um filha, chamada Luisa Maria. No dia 21 de agosto de 1853, faleceu e foi enterrada sem grandes homenagens. 100 anos após sua morte, foi estabelecido que seu retrato estivesse em todas as repartições do exército brasileiro.

Joana Angélica

Heroína da Independência e mártir, Joana foi morta por um golpe de baioneta por tentar defender seu convento de tropas portuguesas. Historiadores declaram que sua atitude de enfrentar o exército lusitano não tinha o contexto político da época, seu objetivo era proteger suas irmãs e o local que ela considerava sagrado. 

santinho da Joana Angélica. Créditos: Wikicommons

Alguns setores da Igreja Católica defendem a sua postulação como beata e, posteriormente, como santa. Caso sua morte seja considerada oficialmente um martírio, não é necessária a comprovação de milagres. 

 

Por Tiago Vechi

Jornalista