O Encceja será aplicado no dia 25 de agosto em todo o Brasil. A redação é uma das provas que deixam os inscritos mais apreensivos. Mas, a dica é ler textos de exames anteriores que tiraram nota acima da média.
Conferir exemplos de redações do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) ajuda os participantes a entenderem como deve ser o formato do texto. Além disso, os modelos auxiliam a ter inspiração para, quando o estudante chegar na prova, já ter uma ideia de qual deve ser o estilo do texto.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que é o responsável por realizar o Encceja, liberou ontem, 31 de julho, a Cartilha da Redação do Encceja 2024.
O documento apresenta as seguintes informações:
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Dados sobre o perfil dos candidatos do Encceja;
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Introdução à redação do Encceja, com explicação sobre como funciona a produção textual;
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Informações sobre o que zera na redação do Encceja;
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Detalhamento de cada uma das competências da redação do Encceja;
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Exemplos de redação consideradas acima da média necessária para ser aprovado;
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Modelo de rascunho de redação.
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5 redações do Encceja com nota acima da média
Leia abaixo cinco exemplos de redação do Encceja que obtiveram notas acima da média:
Exemplo 1 - redação do Encceja
Autora: Ellen Amparo Macedo
É de conhecimento geral que inúmeras religiões e crenças têm se espalhado cada vez mais pelo Brasil. Com isso, diversos casos de discriminação entre os seres humanos
têm se expandido, principalmente em relação às regiões de matrizes africanas. Há uma extrema necessidade de um devido respeito à essa religião, afinal, cada cidadão tem o
livre arbítrior de crer no que desejar e, com essa prática de não julgarmos tal religião, evitaremos discórdias e violências entre as populações.
Primeiramente, é importante destacar que habitamos em um país onde somos livres para seguirmos qualquer religião. Isso diz respeito à necessidade de aceitação de
qualquer tipo de crença, sem julgamentos ou desrespeitos a qualquer uma delas.
Além disso, ainda não há uma lei que tenha como objetivo abolir as práticas de
desaforo e rejeição relacionadas à de matriz africana. Se alguma lei com essa finalidade viesse à tona, diminuiria discriminações e obstáculos para o convívio de forma moderada,exemplar e pacífica entre os seres humanos.
Portanto, a fim de acabar de uma vez por todas a discriminação das religiões e preservar o respeito à tais, é de extrema importância que as populações devem se
conscientizar que deve haver respeito à cada religião, já que somos livres para seguir quaisquer que desejarmos, e construir práticas que abolam discórdias entre populações.O governo pode fazer isso por meio de campanhas de conscientização e leis que proíbam discriminações e violências contra as religiões de matrizes africanas, para que assim esse problema seja extinto, preservando a importância do respeito à essas religiões.
Exemplo 2 - redação do Encceja
Autora: Geovana Coelho Gomes
De acordo com o que está contido no artigo 1º da Declaração Universal dos Direitos Humanos, todos os homens nascem livres e iguais, em dignidade e direitos, são
dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espiríto de fraternidade. Contudo, não é o que se observa na prática já que o número de mortes no país ocasionadas pelo preconceito religioso é elevado.
Desde a antiguidade há a presença de diversidades religiosas que exerceram grande influência na construção da atual cultura brasileira, dentre tais diversidades se pode citar à africana, que apresenta variadas tradições, desde à culinária as festas e danças dispersadas por todo Brasil, entretanto, em contraste a fonte de benefícios, a mesma vem sendo alvo de discriminações, isso se deve pela intolerância cultural que visa a invisibilidade de crenças diferenciadas, tal reação ocasiona na morte dos religiosos e
na extinção dos costumes.
Em seu livro “O princípe e o mendigo" o autor Mark Twain apesar de tomar como foco o sistema desigual da Inglaterra, apresenta a ausência de direitos expressivos,
onde quem tinha fé diferente da oficial era condenado como feiticeiro e queimado na fogueira, mostrando as intransigências dos povos séculos atrás, hoje tal intolerância
vem assolando os religiosos africanos já que temendo serem assassinados limitam suas práticas, vinculadas à Pátria Verde e Amarela, nesse cenário o território brasileiro sofre com a perda de tais manifestações.
Portanto, para que seja cumprido o que declara o artigo da Declaração, cabe ao Governo promover maior segurança as religiões africanas, por meio de políticas públicas
voltadas as intolerâncias, com o fim de que não haja qualquer movimento discriminatório contra as mesmas, cabe também a sociedade conscientizar-se do respeito a elas devido, dessa forma haverá harmonia e liberdade em cada expressão religiosa.
Exemplo 3 - redação do Encceja
Autora: Hadassa Lebedenco Evangelista
O respeito é uma virtude essencial para um convívio social saudável, solidário e sem preconceitos. Todavia é manifestada uma linha muito tênue no tocante à religião.
Diversos grupos religiosos sofrem discriminação por oposição de cosmovisões vindas de outras religiões. Infelizmente as religiões de matrizes afrícanas se encaixam nessa
categoria, mas merecem respeito, pois por trás de qualquer religião há seres humanos e “discordância não implica “discriminação”.
Ao recordarmos algumas vítimas de morte da religião afro, nos deparamos com uma falta de desconexão entre “pessoa” e “religião”. Ninguém “é” a sua própria religião.
Logo, devemos enxergar o ser humano em sua essência, por detrás de suas crênças, respeitar seus direitos e amá-lo apesar das diferenças. A religião, por definição, foi
feita para religar o homem à Deus, vem do Latim: “religare”. Deus não é um Deus de violência, mas de amor. Portanto, o convívio entre diferentes religiões deve ser de amor,
não violência.
Também é necessário diferenciar respeito, de concordância, e discriminação, de discordância. É possível respeitar, mesmo discordando. Pois o valor moral está acima
do intelectual. Discordância não significa opressão, crueldade e intolerância, significa apenas um pensamento diferente do outro. Um cristão pode discordar de um afro, e um
afro de um cristão e ainda sim podem se tratar mutuamente com amor, fraternidade e respeito, nada os impede disso.
Concluo que esse problema de falta de respeito com as religiões de matrizes africanas pode ser amenizado com o ensino desde os primórdios da educação acerca
da importância de identificar todos como pessoas. Retirando qualquer “pré” conceito e estimulando um anseio genuíno por por saber e entender porque acreditamos no que
acreditamos. Tratando a todos com respeito sempre, apesar de qualquer discordância e preservando a dignidade humana que todos merecemos.
Exemplo 4 - redação do Encceja
Autor: João Pedro Lopes Alves da Silva
Não é preciso senão estar ligados aos jornais e ao nosso dia a dia para percebermos como as religiões de matriz africana são desrespeitadas em nosso país. É
muito frequente ouvirmos falar ou vermos nos jornais casos de agressões a ialorixás ou de desrespeito a itens religiosos de Camdoblé e incêndios de terreiros.
Tendo tais fatos em mente, como resolver tal problema? A solução para essa questão demanda duas reflexões fundamentais. A primeira é a percepção de que todo
ser humano, sendo dotado de uma dignidade única e incondicional, possui também, em decorrência dessa dignidade, alguns direitos inalienáveis. Um dos principais desses
direitos é o direito à liberdade de escolher qual religião vai seguir, nomeadamente, o direito à liberdade religiosa. Desrespeitar tal direito é, em última instância, desrespeitar
a dignidade humana.
O segundo ponto de reflexão é o de que as religiões de matriz africana fazem parte do patrimônio imensamente rico dos negros africanos trazidos como escravos ao nosso
país. São a contribuição de um povo sofredor à construção da nossa identidade nacional e como tal devem ser necessariamente respeitadas.
É preciso que tais reflexões sejam promovidas mais e mais por campanhas de conscientização pública. É preciso que aqueles que não estão envolvidos em tais
campanhas ao menos as patrocinem e/ou divulguem. Para concluir, acrescentamos: todos nós devemos dar nossa contribuição ao fim da intolerância religiosa, e particularmente da intolerância às religiões de matriz africano. Se todos nós o fizermos, estejamos certos que nos encontramos mais próximos de alcançar a justiça e a igualdade social.
Exemplo 5 - redação do Encceja
Autora: Luna Camile de Andrade da Costa
Quando falamos sobre a importância do respeito às religiões de matrizes africanas, não falamos somente das religiões em si, mas também em seu valor cultural e histórico.
Iemanjá, Oxalá e muito outros orixás merecem respeito e reconhecimento. A partir dessa ideia, é possível destacar duas razões pelas quais devemos, independentemente da
religião, respeitar as crenças africanas.
Em princípio, as religiões africanas também fazem parte da nossa enriquecida cultura brasileira. Como todas as outras religiões, elas representam um modo de viver e
pensar, então são dignas de respeito e aceitação.
Posteriormente, as crenças africanas são remanescentes de uma memória cultural e imaterial provenientes dos escravos africanos. Preservar essas crenças significa valorizar um passado de luta e discriminação.
Em suma, respeitar as religiões de matrizes africanas é importante não somente pela preservação de uma memória cultural, mas também pela luta contra a intolerância
religiosa. Lutar contra a intolerância é lutar contra o racismo, e isso é imprescendível para a formação de uma sociedade amistosa. É igualmente necessário que o Estado
legalize terreiros e promova campanhas contra a intolerância religiosa, pois candomblés também são cultura, e cultura faz parte de ser brasileiro.
Vídeo sobre o Encceja 2024
Fique por dentro das principais informações sobre o Encceja 2024 no vídeo abaixo:
Fique por dentro de mais informações e orientações sobre a avaliação no edital do Encceja 2024.
Por Silvia Tancredi
Jornalista