Dia das Mães: conheça Eliana, que se formou em Psicologia junto com seu filho com deficiência
Dia das Mães: conheça Eliana, que se formou em Psicologia junto com seu filho com deficiência
Eliana Fátima (47) e Hiury Ariel (25) cursaram Psicologia em Anápolis (GO). O Brasil Escola conversou com a goiana para conhecer sua história
Em 14/05/2023 00h10
, atualizado em 17/05/2023 10h14
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Neste domingo,14 de maio, é comemorado oDia das Mães. É uma data que reforça muitos sentidos e sentimentos, diferentes histórias de superação, afeto e amor.
Uma dessas narrativas é a de Eliana Fátima Souza (47), de Vianópolis, interior do estado de Goiás. A goiana é mãe do Hiury Ariel de Souza (25), da Hisy Ellen (21) e do Hyan Lucas (7) e é casada com o Adilson.
O Hiury, seu filho mais velho, nasceu com hidrocefalia e mielomeningocele, com isso desenvolveu deficiência física e visual.
Os dois concluíram no ano passado, juntos, o curso de Psicologia. Eliana compartilhou com o Brasil Escola um pouco dessa trajetória de superação e realização de sonho.
Eliana conta que sempre sonhou em fazer Psicologia, desde o ensino médio. Entretanto, com o nascimento do Hiury, iniciar a faculdade seria uma jornada difícil naquele momento.
Em 2010, ela iniciou o curso superior de Psicologia, mas após três semestres teve que sair da formação.
Durante o ensino médio de Hiury, segundo ela, ele tinha o desejo de fazer Direito. Mas, próximo do término dessa etapa dos estudos ele decidiu que faria Psicologia.
Com isso, Eliana disse a ele que faria o curso junto com ele. Assim, ambos iniciaram uma jornada de cinco anos repleta de muitos desafios, superações, risadas e companherismo.
Desafios e superação
Eliana e Hiury saíam todos os dias de Vianópolis em direção à Anápolis, cidade também goiana que fica a 79km de Vianópolis.
O deslocamento e o tempo dispendido diariamente se tornou um grande desafio para Eliana.
A psicóloga conta que eles saíam de casa às 17h e chegavam às 00h, quando tudo ocorria bem durante o trajeto.
O fato de estar amamentando seu filho mais novo, o Hyan, preenchia e intensificava sua rotina de mãe, estudante e dona de casa.
Para Eliana, ficar muito tempo sem ter estudado também foi um grande desafio ao longo da graduação.
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Rotina de estudos
Ao longo do curso, Eliana considera que sua presença na formação do Hiury foi como um suporte, que ela para além do papel de mãe foi uma professora de apoio.
Mas, o processo era sempre conduzido por uma boa e leve troca, de cuidado, companheirismo, leveza.
"Era sempre um ajudando o outro". Quando ela estava desanimada para ir à faculdade, Hiury que não gostava nem um pouco de faltar às aulas, a animava e incentivava a comparecer às atividades do curso.
Se não fosse a persistência do Hiury, talvez teria desistido do curso, conta.
"Ele me animava a poder continuar... Foi um tempo de luta, mas também foi um tempo muito divertido"
Ela compartilhou memórias de momentos leves com seu filho como por exemplo quando confundiu o botão de acender a luz com o alarme da faculdade ao entrarem no banheiro.
Eliana acredita que mães e pais de pessoas com deficiência não devem impor limitações aos desejos de seus filhos. Ela conta que muitas pessoas questionavam ela o porquê de estar fazendo a faculdade junto com ele, colocando barreiras no fato de estarem estudanto juntos.
Ela enfatiza que vale a pena lutar pelos sonhos dos filhos. E que para além de ser um sonho do Hiury que é ter se formado, para ela foi uma grande realização de um sonho de uma ainda jovem do ensino médio.
Atualmente, ela e Hiury estão montando um escritório próprio para atendimento clínico em Psicologia.
O jovem pretende realizar uma pós-graduação em Psicologia do Esporte, área em que já está trabalhando em um clube esportivo de Vianópolis. Já Eliana está fazendo atendimentos de forma on-line enquanto psicóloga.