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Alguns escritores do Romantismo se posicionaram contra os valores racionalistas e materialistas da sociedade burguesa, se identificaram com um ambiente satânico, misterioso, de morte, sonho e loucura, criaram então uma literatura fantasiosa. Trata-se da literatura de tradição gótica.
Álvares de Azevedo introduziu na literatura brasileira elementos da tradição gótica, como a morte, o ambiente noturno, o amor, o vampirismo. Essa produção rompe com os valores da sociedade, pois apresenta um caráter marginal.
Há outros escritores que tiveram ligações com essa tendência, na Europa, Charles Baudelaire e Mallarmé, nos Estados Unidos, Edgar Allan Poe e no Brasil, Cruz e Sousa, Alphonsus de Guimaraens e Augusto dos Anjos.
As obras Noite na taverna (contos) e Macário (peça teatral) representam a produção gótico-romântica em prosa; ambas de Álvares de Azevedo.
A tradição gótica encontra adeptos não só na literatura, mas na música e no cinema. O ex-integrante do grupo Black Sabbath, Ozzy Osbourne, é um dos representantes do rock satânico. No cinema, podemos destacar: Dança dos Vampiros (R. Polanky), Nosferatu (F.W. Murnau) e Drácula de Bram Stoker (F. Coppola).
Além do gótico, a juventude das décadas de 50, 60 e 70 buscou outras formas de expressão: as margianais, e o cinema também documentou esse movimento com os filmes Laranja mecânica (anos 70) e Juventude transviada (anos 50).
O cantor Raul Seixas e o escritor Paulo Coelho escreveram juntos algumas canções, como o Rock do diabo.
Rock do diabo
O diabo usa capote
É roque, é toque, é folk
Diabo!
Foi ele mesmo quem me deu o toque
Enquanto Freud explica as coisas
O diabo fica dando os toques
Existem dois diabos
Só que um parou na pista
Um deles é o do toque
O outro é aquele do Exorcista
O diabo é pai do rock!
(Raul Seixas e Paulo Coelho)
Por Marina Cabral
Especialista em Língua Portuguesa e Literatura