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O processo de modernização da economia japonesa é comumente conhecido como maior responsável pela migração japonesa ao redor do mundo. Uma das primeiras experiências de emigração nipônica aconteceu em 1868, quando o investidor Eugene M. Van Reed recrutou um grupo de 150 japoneses para trabalharem em plantações de cana-de-açúcar no Havaí e na Ilha Guam. A exploração sistemática desses primeiros migrantes motivou o governo japonês a proibir a saída de japoneses do país.
No ano de 1885, os governos do Japão e do Havaí assinaram a Convenção de Imigração que incentivou a ida de aproximadamente 30 mil japoneses para o território havaiano. Logo em seguida, outra leva de emigrantes japoneses buscaram melhores condições de vida em outras ilhas do Pacífico Sul. Chamados dekasseguis, esses japoneses tinham como principal objetivo o acúmulo de capitais para assim, posteriormente voltarem para sua terra natal.
Em 1893, as autoridades nipônicas criaram a Colonization Society, que visava controlar e buscar outros focos de colonização japonesa ao redor do mundo. Uma das primeiras ações dessa instituição firmou uma pequena colônia no Peru. Ao mesmo tempo em que agricultores japoneses buscaram novas regiões agrícolas, jovens japoneses foram morar nos Estados Unidos em busca de estudo. A entrada de japoneses nos EUA provocou um movimento antijaponês que acabou obrigando o governo norte-americano a impedir a entrada de japoneses no país.
Com essa proibição, o principal foco de migração japonesa começou a se concentrar em outras nações americanas. Nesse contexto, o Brasil se transformou em um dos mais procurados destinos desta população migrante. Na Ásia, o governo japonês conseguiu empreender um massivo processo de colonização na região da Manchúria. A presença japonesa em outras regiões do oceano Pacífico incorporava as pretensões imperialistas do governo japonês. Com o início da Segunda Guerra Mundial, esse quadro sofreu transformações.
A derrota na Segunda Guerra devastou violentamente a economia japonesa. Sem condições de recuperar a economia em curto prazo de tempo, o governo japonês mais uma vez incentivou a emigração de suas populações. Com a assinatura do Tratado de Paz de São Francisco, em 1951, a entrada de japoneses em nações latino-americanas foi facilitada. Dessa maneira, observamos um segundo movimento migratório pelo qual novas colônias seriam constituídas entre os anos de 1950 e 1960.
A recuperação econômica do Japão, com o passar do tempo restringiu esse processo migratório de cidadãos japoneses. A partir da década de 1980, os filhos de japoneses nascidos no exterior – principalmente do Brasil – começaram a buscar no Japão melhores oportunidades de emprego e condição econômica.
Por Rainer Sousa
Graduado em História