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Durante o século XV, intensificaram-se na Península Ibérica as batalhas dos reinos cristãos pela expulsão dos mouros, isto é, dos muçulmanos que haviam dominado quase que inteiramente a península durante a Idade Média. Essas batalhas ocasionaram a formação da monarquia nacional espanhola na década de 1490. Esse fato coincidiu também com o início das grandes navegações e a descoberta do continente americano por Cristóvão Colombo, o navegador genovês que era patrocinado pela coroa espanhola.
As décadas que se sucederam à formação da Espanha foram permeadas de intensivas atividades culturais, que solidificaram a língua castelhana como uma das línguas latinas mais belas e complexas. As atividades artísticas produzidas entre 1550 e 1650 marcaram o chamado Siglo de Oro ou Século de Ouro Espanhol.
O Século de Ouro abrange cronologicamente duas escolas de pensamento e de produção artística na Espanha, o Renascimento e o Barroco. Entretanto, na Península Ibérica, as tradições medievais ainda eram bastante fortes até o século XVII, ao contrário do que ocorria em outras regiões da Europa. Assim, ao mesmo tempo em que havia a penetração das ideias humanistas, havia também um intenso apego aos temas típicos do cristianismo do medievo. Isso aconteceu também por causa da forte incidência da Contrarreforma nos países ibéricos.
Sendo assim, o catolicismo era imperioso nas obras dos autores do Século de Ouro, que não se restringiam apenas às artes, mas também desenvolveram reflexões sobre filosofia e estudos clássicos, como Francisco Quevedo, Tirso de Molina e Baltasar Gracián, bem como sobre a economia, com a Escola de Salamanca, que teve como figura emblemática Francisco Suárez.
O teatro e a poesia do Século de Ouro também elevaram à língua espanhola ao patamar internacional. Os principais representantes dessas áreas foram Luís de Góngora, Calderón de la Barca e Lope de Vega. Entretanto, aquele que é considerado o ícone dessa época fértil das artes na Espanha é Miguel de Cervantes Francisco Saavedra, autor do famoso romance “Dom Quixote de La Mancha”, publicado em duas partes, a primeira em 1605 e a segunda em 1615.
Na pintura, destacaram-se El Greco, que, como o próprio nome indica, era grego por nascimento, mas radicou-se na Espanha e lá produziu a sua obra artística, Bartolomé Murillo e Velázquez.
Por Me. Cláudio Fernandes