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POLÍTICA
As práticas políticas do povo mochica estão intensamente associadas ao conjunto de suas crenças religiosas. Ao longo de sua trajetória, a civilização mochica formou uma série de centros urbanos dotados de especificidades administrativas. No entanto, a ascensão da classe sacerdotal na sua cultura possibilitou uma interessante mudança no cenário político dos mochicas. Por volta do ano 50, a classe sacerdotal conseguiu confederar um conglomerado de cidades-Estado que abrangia 400 quilômetros de extensão.
Utilizando de sua influência religiosa, os sacerdotes-guerreiros tinham alcançado um patamar político que imprimiu características teocráticas à tradição política desse povo. De acordo com alguns pesquisadores, a importância religiosa e política destes sacerdotes podem ser comparadas a dos faraós egípcios. Uma das mais ricas fontes de estudo sobre o status desfrutado pelos sacerdotes foi encontrada na tumba do soberano de Sipán. A decoração, os artefatos em madeira e metal demonstram o prestígio e importância dos sacerdotes guerreiros.
RELIGIÃO
No campo religioso, os mochicas desenvolveram o culto a diversas divindades. Além disso, sua concepção religiosa também contava com um mito de natureza dualista. De acordo com suas tradições, Ai-Apaec, o deus supremo, era responsável pela ordenação e a harmonia do mundo material. Para conseguir o equilíbrio das forças da natureza, este deveria travar uma árdua luta contra o puma, que representava a desordem do mundo. A vitória de Ai-Apaec sobre o puma só era possível caso recebesse ofertas de sangue humano.
Usualmente, os jovens guerreiros capturados em guerra eram sacrificados em homenagem a Ai-Apaec. Uma das instabilidades climáticas que propagavam a grande recorrência a esse tipo de oferenda era o fenômeno conhecido como El Nino. Além de pedir pelas colheitas fartas e a abundância de chuvas, os mochicas também comemoravam o sucesso de sua produção agrícola com a realização de mais sacrifícios humanos.
Por Rainer Sousa
Graduado em História