PUBLICIDADE
No ano de 1821, antes da independência do Brasil, teve início em Pernambuco um movimento contrário à presença portuguesa na província. O movimento foi deposto pelo novo imperador do Brasil, D. Pedro I, em setembro de 1822.
A princípio, os pernambucanos queriam a independência de Portugal. Depois, com a independência do Brasil, o fechamento da Assembleia Constituinte, a criação de um governo centralizado no Rio de Janeiro e também com a imposição da Constituição de 1824, a elite pernambucana passou a desejar a independência de Pernambuco do Brasil. Organizou-se um governo republicano, ou seja, a elite pernambucana pretendia constituir uma república no nordeste: a chamada Confederação do Equador, movimento de caráter separatista.
A organização do movimento separatista começou a partir do momento em que D. Pedro I nomeou Francisco Paes Barreto como presidente da província de Pernambuco. As câmaras municipais de Recife (capital de Pernambuco) não aceitaram tal nomeação, pois queriam que o cargo fosse ocupado por Manuel de Carvalho Pais de Andrade.
Descontentes com as imposições de D. Pedro I, a elite pernambucana, juntamente com outras províncias do nordeste (Rio Grande do Norte, Ceará e Paraíba), proclamaram, em 1824, a Confederação do Equador, nome dado em alusão à linha geográfica do Equador.
Após a proclamação da Confederação, os líderes do movimento (entre eles, Manuel de Carvalho Pais de Andrade) convocaram uma Assembleia Constituinte e passaram a organizar um governo republicano, que sairia das amarras do governo imperial brasileiro governado por um português, D. Pedro I.
Houve, então, a elaboração de uma Constituição para a mais nova república da América Latina, a Confederação do Equador. D. Pedro I, imperador do Brasil, contudo, nunca aceitaria a perda desse vasto território do nordeste brasileiro, que correspondia aos atuais estados do Rio Grande do Norte, Pernambuco, Ceará e Paraíba. Portanto, D. Pedro I reagiu com violência, enviando uma esquadra de mercenários ingleses e tropas terrestres para sufocar o movimento separatista.
Os membros da Confederação do Equador organizaram tropas para combater a esquadra do imperador. Por certo tempo, os confederados resistiram às forças das tropas imperiais, porém, após a tomada de Recife pelas tropas do governo, vários líderes da Confederação fugiram e vários confederados liderados por Frei Caneca resistiram na cidade pernambucana de Olinda, mas a resistência foi por pouco tempo. As tropas imperiais sufocaram brutalmente as forças militares dos confederados. Os principais líderes do movimento separatista foram presos e executados pelas forças enviadas por D. Pedro I. Acabou dessa forma, então, o sonho de separação da Confederação do Equador.
Leandro Carvalho
Mestre em História