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O verbo pôr é mais um dos “mistérios linguísticos” do idioma. Quem nunca ficou em dúvida sobre sua conjugação? Pensando nessa dificuldade recorrente para muitos falantes, o Brasil Escola elaborou para você um guia prático sobre as minúcias desse verbo tão particular. Preparados? Então, vamos às explicações:
1- Como você já deve saber, o Novo Acordo Ortográfico, em vigência desde o final de 2012, pôs fim aos acentos que diferenciavam o significado de algumas palavras de mesma ortografia, como exemplo, para, preposição, e pára, do verbo parar. Pois bem, o único acento “sobrevivente” foi o acento circunflexo que diferencia o verbo pôr da preposição por. Observe os exemplos:
Por amor à profissão, decidiu não se aposentar. (por = preposição)
Vou pôr (colocar) os óculos para enxergar melhor. (pôr = verbo)
Depois de muito trabalhar, ele pôde descansar. (pôde = terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do modo indicativo)
O gerente disse que você pode enviar os relatórios. (pode = presente do indicativo)
No último exemplo, o acento foi mantido para que haja a distinção do tempo verbal pôde, com /o/ fechado para a indicação do pretérito, de pode, com /o/ aberto, para a indicação do presente do indicativo.
2- O verbo pôr é um verbo irregular. Chamamos de verbos irregulares aqueles que se afastam do paradigma das conjugações que rege os verbos regulares. A irregularidade de um verbo pode estar na flexão ou no radical, sendo assim, observe o comportamento do verbo pôr:
Se eu pôr meu casaco, não sentirei frio. (errado)
Se eu puser meu casaco, não sentirei frio. (certo)
O verbo “pôr” é irregular, portanto, no futuro do subjuntivo, deve-se empregar a forma puser. O mesmo acontece com outros verbos irregulares como “ter” (tiver), “vir” (vier) e “ver” (vir). Nos verbos regulares, as formas do futuro do subjuntivo são iguais às do infinitivo, por isso não é comum que existam dúvidas quanto às suas conjugações.
3- A terminação da conjugação do verbo “pôr” é OR. Por esse motivo, ele está estruturado de forma única, e ponho, põe, pus, pôs, punha, porei e poria são as variações dos tempos verbais a que esse verbo submete-se:
Eu ponho mais sal na salada.
Eu pus minha bicicleta no estacionamento.
Eu punha os óculos e enxergava melhor.
Eu porei os livros na estante.
Eu poria minha vida em risco por você.
4- Se eu “puser” ou “puzer”?: Pois bem, nas formas verbais de “pôr”, o som /z/ sempre será escrito com “s”, portanto, o correto é:
Eu pus
Tu puseste
Ele pôs
Pusemos
Puseram
Pusesse
Pusera
Pusermos
Puserem
5- Pôr ou colocar?: Em razão de todas as dificuldades e dúvidas em relação à conjugação do verbo “pôr”, muitas pessoas optam por substituí-lo pelo verbo “colocar”, cuja regularidade na conjugação torna-o mais “popular”. No entanto, nem sempre o verbo “pôr” está empregado com seu significado específico (colocar), muitas vezes ele funciona como verbo-suporte. Veja os exemplos em que essa situação ocorre:
O candidato pôs em prática seus conhecimentos.
Os erros puseram em xeque a credibilidade do funcionário.
O avanço econômico pôs em destaque nosso país.
Nas situações exemplificadas, o verbo “pôr” não deve ser substituído pelo verbo “colocar”, cujo significado é estrito e associado à ideia de local, posição. Excetuando essas condições, você pode substituir, quando houver dúvida, e optar pelo emprego do verbo “colocar”.
Por Luana Castro
Graduada em Letras