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O emprego da energia solar vem da preocupação de produzir-se eletricidade a partir de uma fonte renovável, ou seja, que não se esgotará na natureza: o calor do sol. Ela, comumente, divide-se em dois tipos: a térmica e a fotovoltaica. A energia solar térmica opera a partir do aquecimento de líquidos, seja da água para uso doméstico, seja dela ou de algum outro líquido responsável pelo acionamento de turbinas e a consequente produção de eletricidade. Já a energia fotovoltaica atua a partir da conversão do calor do sol em eletricidade a partir do efeito fotoelétrico.
Embora seja considerada uma energia limpa e ambientalmente mais correta, a energia solar apresenta vantagens e desvantagens, fatores esses que possibilitam o seu uso em determinadas localidades do planeta e não em outras. A seguir, você pode entender melhor os pontos positivos e negativos dessa importante fonte de energia.
Vantagens da energia solar
A primeira e principal vantagem da energia solar é que ela é renovável, pois o calor do sol ainda permanecerá ativo durante alguns bilhões de anos. Assim sendo, toda produção de energia que conte com a utilização da radiação solar não terá preocupações quanto à sua finitude, ao contrário do que ocorre com outras fontes.
Outro fator positivo é que essa disponibilidade não requer nenhum tipo de adaptação, pois nas áreas de maior insolação, a energia solar está sempre presente sem a necessidade de intervenção humana, ao contrário do que ocorre, por exemplo, com as hidrelétricas, onde são necessárias alterações relevantes nos leitos dos rios.
Soma-se a esse fato a disponibilidade gratuita do calor do sol, sem a necessidade de nenhum tipo de controle de suas fontes em casos de utilização. Nas hidrelétricas, a construção das barragens pode, eventualmente, gerar prejuízos na utilização dos cursos d'água em alguns de seus pontos. Portanto, o ser humano não precisa desenvolver nenhuma forma de intervenção, mas apenas a melhor maneira de captar a luz emitida pelo Sol.
Além de tudo isso, a energia solar é considerada uma forma limpa de produzir energia. Isso não significa necessariamente que ela não gere impactos, mas pelo menos não emite poluentes na atmosfera. Por esse motivo, a sua utilização significa uma menor emissão de gases-estufa na atmosfera por outras fontes de energia.
Para a produção de energia solar, também não são necessárias grandes áreas e nem qualquer tipo de desmatamento, nem mesmo nas grandiosas usinas solares. Essas últimas, no entanto, precisam localizar-se em áreas afastadas por causa do grande calor gerado no ambiente ao seu redor.
Usina solar de Solnova, localizada em Sanlúcar la Mayor (Espanha) *
Além disso, é possível produzir energia para lugares remotos. Por diversos motivos técnicos, a energia solar é, inclusive, bastante recomendada para a geração de energia para lugares distantes. A instalação de placas solares também pode auxiliar no abastecimento elétrico de pequenas vilas ou casas situadas em pontos isolados e com baixas densidades demográficas.
Por fim, destaca-se também a baixa necessidade de manutenção que a tecnologia da energia solar possui, esta cada vez mais avançada. Em geral, a durabilidade dos equipamentos utilizados é elevada, embora os custos de reposição das peças e materiais sejam altos em casos de problemas de funcionamento.
Desvantagens da energia solar
Dentre as desvantagens do uso da energia solar, podemos destacar, primeiramente, o custo acentuado que a sua tecnologia possui, principalmente nas placas fotovoltaicas, que contam com um nível mais avançado de complexidade. No entanto, com o tempo, a tendência é que tais custos sofram diminuições.
Ademais, o armazenamento das placas solares é ainda pouco eficiente, outro fator que pode ser atenuado com o tempo e com as diferentes evoluções tecnológicas. Por enquanto, esse baixo aproveitamento prejudica ainda mais a relação custo-benefício dos equipamentos de energia solar.
Alguns críticos da energia solar questionam também as relações em torno da produção dos equipamentos, pois as placas solares demandam uma grande extração de minérios, tais como o zinco. Com a expansão da utilização dessas placas, a demanda por matérias-primas pode tornar-se ainda mais intensa, o que pode contribuir para políticas não sustentáveis na extração dos minerais, causando prejuízos ambientais, isso sem falar nas questões econômicas nos locais de produção. Portanto, o maior uso da energia solar requer também medidas de controle na geração das matérias-primas, pois senão os impactos naturais poderão intensificar-se.
Esfarelita, um dos minerais de onde se extrai o zinco
No que concerne à geração de eletricidade em si, observa-se o problema da elevada dependência climática. Em casos de anomalias no comportamento da atmosfera, as usinas solares e também as residências que adotam a energia solar pode sofrer com a falta de eletricidade. Por outro lado, as melhorias nas técnicas de armazenamento podem impedir esse problema.
Ressalta-se também a impossibilidade de utilizar a energia solar em qualquer região, o que pode ser observado no mapa a seguir. Nele, representam-se as áreas com maior insolação da Terra e os pontos onde ela é mais intensiva. Vale lembrar, porém, que praticamente todas as fontes de energia apresentam esse problema de não poderem ser utilizadas com a mesma vantagem e eficiência ao longo de toda a extensão terrestre.
Mapa da radiação solar recebida pela Terra
Um último fator de desvantagem a ser citado refere-se aos relativos danos ambientais gerados pela energia solar, sobretudo pelas usinas. Apesar de não emitirem poluentes e não incentivarem o desmatamento, essas usinas solares podem provocar a mortandade em massa de espécies de aves que, atraídas pela luminosidade do local, podem aproximar-se e morrer rapidamente em razão do calor gerado no ambiente imediatamente próximo.
No geral, especialistas em fontes de energia ainda afirmam que o uso da energia solar é positivo. E, como podemos notar, alguns de seus problemas poderão ser diminuídos ao longo do tempo.
* Créditos da imagem: Takashi Kurita / Wikimedia Commons
Por Me. Rodolfo Alves Pena