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1. População
Com uma população oficialmente avaliada em 1,3 bilhão e uma taxa de crescimento de cerca de 0,6%, a China está muito preocupada com seu crescimento populacional e tem tentado implementar uma política rigorosa de limitação dos nascimentos. A Lei do Filho Único foi adotada em 1979 e, em 2002, foi criada a Lei de Planejamento Familiar, que passou a permitir uma criança por família, com subsídio para uma segunda criança, em certas circunstâncias, especialmente nas zonas rurais, com uma orientação mais flexível para as minorias étnicas com pequenas populações. Sua execução varia e depende em grande parte "das taxas de compensação social" para evitar nascimentos extras. Assim, o Estado chinês iniciou uma contensão da utilização de recursos naturais como água e solos, além de reduzir o consumo de energia.
A política oficial do governo se opõe ao aborto ou à esterilização forçada, mas em algumas localidades há casos de aborto forçado. A meta do governo é estabilizar a população na primeira metade do século XXI, as projeções atuais são de que a população atingirá um pico de cerca de 1,6 bilhão em 2050. Atualmente, o país possui uma expectativa de vida de 73,47 anos (71,61 anos para os homens e 75,52 anos para as mulheres). O governo chinês aponta que 90% da população é alfabetizada e que a taxa de mortalidade infantil é de 22 óbitos a cada mil crianças nascidas. Seu IDH é considerado médio (0,687 –101º no ranking mundial), mas tem aumentado consideravelmente (0,233 pontos em 25 anos).
2. Grupos Étnicos e Línguas
O maior grupo étnico é o chinês han, que constitui cerca 91,5% da população total. Em todos os segmentos da sociedade chinesa, instituições públicas, comércio e empresariado, são os hans que exercem a dominância. Criteriosamente, eles foram espalhados no país pela ditadura chinesa, controlando as decisões e a economia em geral. O restante são: zhuang (16 milhões), manchu (10 milhões), hui (9 milhões), miao (8 milhões), uigur (7 milhões), yi (7 milhões), mongol (5 milhões), tibetano (5 milhões), buyi (3 milhões), coreano (2 milhões) e outras minorias étnicas.
Existem sete dialetos chineses principais e muitos subdialetos. O mandarim (ou chinês) é o dialeto predominante, sendo falado por mais de 70% da população. Ele é ensinado em todas as escolas e é o meio do governo impor uma norma cultural. Cerca de dois terços do grupo étnico han são falantes nativos de mandarim, enquanto o restante, concentrado no sudoeste e sudeste da China, fala um dos outros seis principais dialetos chineses. As línguas não chinesas faladas amplamente por minorias étnicas incluem o mongol, tibetano e uigur, e ainda algumas línguas turcas (no noroeste, região de Xinjiang) e o coreano (no nordeste, região da Manchúria).
3. Religião
A maioria dos chineses é ateísta. O Taoísmo tradicional, o Confucionismo e o Budismo são as religiões mais praticadas na China. O Confucionismo é denominado também de sistema filosófico e muitos chineses que se consideram ateus acabam seguindo alguns dos seus preceitos filosóficos. O budismo possui cerca de 100 milhões de adeptos. Os números oficiais indicam que há ainda 20 milhões de muçulmanos, 15 milhões de protestantes e 5 milhões de católicos. Embora a constituição chinesa reafirmar tolerância religiosa, o governo chinês impõe restrições sobre as práticas religiosas fora das organizações oficialmente reconhecidas.
4. Urbanização
Mesmo com as restrições impostas pelo governo chinês no intuito de evitar um êxodo rural desenfreado, em janeiro de 2012, foram anunciados dados que revelaram que, pela primeira vez em sua história, a população urbana da China superou a população rural: 51,27% dos chineses vivem nas cidades, algo em torno de 700 milhões de pessoas. Ainda de acordo com as autoridades chinesas, existe uma estimativa que 300 milhões de pessoas irão migrar das zonas rurais para as áreas urbanas nas próximas duas décadas.
A modernização estrutural do país não está refletida em todo o território chinês, que ainda precisa redistribuir a renda conquistada em três décadas de crescimento econômico acentuado. Se por um lado a ONU reconhece que o número de pessoas consideradas muito pobres na China – tomando como referência aqueles que sobrevivem com uma renda equivalente a menos de US$ 1 ao dia – diminuiu muito, com a retirada de 475 milhões de pessoas entre 1990 e 2005, a urbanização chinesa é considerada excludente e desigual.
*Créditos da imagem: TonyV3112 e Shutterstock.com
Júlio César Lázaro da Silva
Colaborador Brasil Escola
Graduado em Geografia pela Universidade Estadual Paulista - UNESP
Mestre em Geografia Humana pela Universidade Estadual Paulista - UNESP