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Em filmes de ficção científica, desenhos animados e seriados de TV, é muito comum vermos pessoas sendo desmaterializadas em uma câmara especial e reaparecendo em outro planeta de uma galáxia muito distante.
Com o piscar de luzes e efeitos sonoros podemos ver super-heróis deslocando-se para pontos muito distantes, em frações de segundo, para salvar pessoas indefesas de mal feitores. Embora o teletransporte de objetos grandes ou seres humanos ainda não passe de uma fantasia, o teletransporte quântico já é uma realidade nos mais modernos laboratórios de física, onde já foi possível teletransportar fótons, partículas individuais da luz.
O procedimento de teletransporte, ou teleporte, em filmes de ficção científica, varia de história para história. Em geral, um dispositivo faz a varredura do objeto original para extrair todas as informações necessárias a fim de descrevê-lo. Outro equipamento (transmissor) envia essas informações para uma estação de recepção, onde são usadas para a obtenção de uma réplica exata do original.
De acordo com a mecânica quântica, tal evento seria impossível. Segundo o princípio da incerteza de Heisenberg, não se pode determinar a posição e o momento de uma partícula simultaneamente. Por esse motivo não se pode fazer a varredura perfeita de um objeto, pois a localização exata e a velocidade de um átomo estariam sujeitas a erros.
Em 1993, uma equipe de físicos da IBM (International Business Corporations) desafiou esse pensamento convencional ao descobrir um meio teórico para usar a própria mecânica quântica para o teletransporte. Esse método consiste em codificar uma informação de um elétron, por exemplo, e transmitir essa informação para outro elétron distante, sem que haja interação entre eles. Isso ocorre como se fosse uma transmissão de dados via rádio, porém, não existe o fluxo de informações na direção da partícula para a qual a informação será teletransportada.
O primeiro experimento acerca do teletransporte foi realizado em 1997, pela mesma equipe que descobriu o método teórico, utilizando-se de fótons. Desde então, diversos outros experimentos foram realizados, onde foram usadas diferentes partículas no processo.
Portanto, o teletransporte, para a tecnologia atual, seve apenas para transportar informações e não matéria, pois o transporte de matéria necessitaria de uma máquina que pudesse reproduzir na íntegra suas partículas constituintes.
Por Kléber Cavalcante
Graduado em Física