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Pitagorismo

Pitágoras
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“A finalidade da vida é libertar a alma do corpo”. Essa afirmação, um tanto estranha aos olhares modernos, é a herança da cultura órfica na Grécia antiga que teve acabamento com Pitágoras de Samos. Deste, muito pouco sabemos, senão indiretamente por seus discípulos autointitulados pitagóricos.

O tipo de “vida pitagórica” é pautado por uma ascese que, ao invés de se entregar a rituais catárticos de purificação, preferia encontrar no estudo dos números e de sua aplicação o modo reto de se libertar. A teoria da reencarnação das almas e a metempsicose são os pontos chaves da crença no aperfeiçoamento ou evolução da alma. As sucessivas reencarnações se dão em virtude da expiação das faltas cometidas pelo desregramento de vidas anteriores. Daí a necessidade de se purificar através da disciplina e do estudo.

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As seitas pitagóricas privilegiavam um estilo de vida em comum, tanto no que tange às propriedades quanto às ações coletivas. As refeições eram feitas em comum e a amizade era a virtude mais elogiada, já que, juntos, os homens poderiam evoluir pelo saber. Estas sociedades são as conhecidas sociedades secretas de mistérios, criadas primeiramente na cidade de Crotona, ainda na Grécia clássica, e depois difundidas pela Europa através do gnosticismo, adentrando no cristianismo e chegando até nós sob o nome de maçonaria. Vejamos um pouco sobre sua história:

A primeira comunidade pitagórica (instituída depois da morte de Pitágoras) é, segundo a tradição esotérica ocidental, a comunidade dos Essênios. Surgiu como uma sociedade secreta na Palestina e logo se espalhou pelo mundo hebreu. Os pitagóricos dedicavam-se aos estudos da Gnose (ou conhecimento, sabedoria) e do Ocultismo, desenvolvendo-os como forma de terapia e filantropia. Acredita-se que o próprio Jesus, o Cristo, tenha sido iniciado nos mistérios dessa sociedade secreta que possuía uma organização hierárquica bastante rígida.

A segunda sociedade secreta foi o Monastério de Sião, criado por Maria Madalena, discípula de Jesus. Por ter havido uma dissidência entre esta e Pedro, apóstolo, ela fugiu para o atual sul da França juntamente com os gnósticos. Contudo, foram severamente atacados pela Igreja durante a história (as Cruzadas, principalmente) porque os católicos temiam que eles possuíssem verdades que destronariam a Igreja de seu poderio ideológico (veja o filme baseado no livro “O código da Vinci” de Dan Brown).

Uma terceira sociedade secreta foi a dos Templários, cavaleiros do Monastério de Sião, que obrigavam seus membros a seguir uma rígida hierarquia, com votos de pobreza, castidade e obediência.

Por fim, temos a maçonaria, que é até hoje a mais influente em todo o mundo. Nela ainda são perpetuados o conhecimento da numerologia, a compreensão dos significados dos números para entender a realidade humana e cósmica, bem como a prática gnóstica da iniciação nos mistérios para libertação da alma.

Estas, portanto, são as origens, os modos e os desdobramentos históricos do que chamamos de pitagorismo.

Por João Francisco P. Cabral
Colaborador Brasil Escola
Graduado em Filosofia pela Universidade Federal de Uberlândia - UFU
Mestrando em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

Escritor do artigo
Escrito por: João Francisco Pereira Cabral Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

CABRAL, João Francisco Pereira. "Pitagorismo"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/pitagorismo.htm. Acesso em 20 de abril de 2024.

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