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O anarquismo da ciência segundo Feyerabend

Para o filósofo, a escolha pela ciência é estética
Para o filósofo, a escolha pela ciência é estética
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Paul Feyerabend representa a radicalização sobre os fundamentos da ciência. Ele postula que a ciência é uma atividade metodologicamente anárquica e que é apenas um dos modos de vida possíveis. Isto porque há vários fatores que determinam o desenvolvimento científico, desde a metafísica até a política e a economia.

Segundo Feyerabend, a ciência, assim como a religião, foi imposta pela cultura ocidental de forma unilateral. No entanto, embora a religião não mais esteja vinculada ao Estado e possa ser de livre escolha, a ciência ainda não conseguiu se dissociar (melhor seria dizer que o Estado não conseguiu ainda se desvincular da ciência). Basta imaginar, por exemplo, quantos projetos existem que teoricamente são viáveis, do ponto de vista científico, como carros à água, hidrogênio, etc., mas que são engavetados ou não se tornam uma realidade em razão de interesses de grupos econômicos (petrolíferos, por exemplo) que financiam políticos para atuarem a seu favor.

Para o filósofo, a escolha pela ciência é estética, subjetiva, isto é, depende de uma aceitação que ainda só é aderida massivamente por ter sido imposta como modo de vida superior. A ciência, enquanto conhecimento, não deveria distinguir-se da não ciência, ou seja, da metafísica, do mito, da poesia, etc., já que, para Feyerabend, não há universalidade metodológica, o que decorre em um pluralismo teórico, no qual as formas de vida e pensamento possam coexistir democraticamente.

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Feyerabend vê no justificacionismo uma importante e necessária interação entre o contexto de justificação e o contexto de descoberta, já que, isolados, são prejudiciais à ciência. É uma tentativa de identificar o conhecimento empírico, não a partir de prescrições (como para Popper) nem somente de descrições (como para Kuhn). Visa, portanto, colocar as hipóteses em debate e votação como em uma sociedade democrática, já que mito e ciência têm a mesma estrutura, evidenciando, assim, que a separação é artificial.

Por João Francisco P. Cabral
Colaborador Brasil Escola
Graduado em Filosofia pela Universidade Federal de Uberlândia - UFU
Mestrando em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

 

Filosofia - Brasil Escola

Escritor do artigo
Escrito por: João Francisco Pereira Cabral Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

CABRAL, João Francisco Pereira. "O anarquismo da ciência segundo Feyerabend"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/o-anarquismo-ciencia-segundo-feyerabend.htm. Acesso em 29 de março de 2024.

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