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Aprendizagem em EAD

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Howard Gardner fundamenta sua teoria a partir das múltiplas capacidades, a aquisição se dá por meio da inteligência mais adequada; a retenção é explicada pela validade do uso da mesma e a transferência se entende na medida em que as múltiplas inteligências se interligam, potencializando aprendizagens.

Diante dos critérios que garantem a aprendizagem citada acima, fundamentando-se em Gestalt, Piaget, Bruner, Vygotsky e Gardner, percebemos a relevância da construção de um cenário interativo.

Os critérios que legitima a aprendizagem surgem num espaço de mediações. A interatividade acontece nesse espaço proporcionando ao processo de construção do conhecimento significado, influenciando a partir das ferramentas tecnológicas assumir um papel importante na prática pedagógica e na formação de um grupo cooperativo, comprometendo-se a estreitar laços.

Assumir essa competência de disseminar uma cultura interativa é difícil, mas não impossível, logo favorecerá a autonomia na construção do conhecimento; o respeito à intuição e/ou percepção dos envolvidos no processo; o enriquecimento do espaço, pelas diversas experiências e vivências, dentre outras potencialidades.

Existem aspectos relevantes, que precisam ser considerados ao se pensar o processo de aprendizagem via EAD, os quais poderão viabilizar potencialidades no que se refere à construção do conhecimento. De acordo com Costa Lins, Ribeiro e Neves (2004), eles são: 

- interesse, “é manifestar uma atenção própria de fatores que, de algum modo, foram atraentes e provocaram a curiosidade do sujeito”. Assume um papel impulsionador do processo, não suficiente, tendo caráter positivo ou negativo. Deve ser considerado, alimentando-o, porém não é absoluto; 

- necessidade, também impulsionadora da aprendizagem, assume num espaço de mudanças constantes sua importância a partir da cultura, “local privilegiado em que múltiplas formas de satisfação das necessidades deverão ocorrer”. Levando-se em conta a presente questão, estamos fazendo diagnóstico dos envolvidos do processo, dando significado as nossas ações, enquanto docente. Vale ressaltar a relação de reciprocidade entre o interesse e a necessidade, a qual é fundamental no processo; 

- experiência, que se fundamenta a partir de interações pertinentes à contextualização da aprendizagem. O conhecimento não é construído de forma isolada, a percepção surge como uma sensação personalizada. “Essas experiências de aprendizagem se personalizam de tal forma que não há mais respostas universais a estímulos que provocam reações físicas iguais”;

- motivação, elemento o qual considero o mais importante. Deverá está presente em todo processo, “a aprendizagem decorre de uma causa que servirá como ponto de partida para que o sujeito se aplique na obtenção desse conteúdo visado, e isso é a motivação”. Os estímulos assumem papel de provocadores de motivação e desequilibradores; 

- afetividade, segundo Piaget é o motor da cognição, “responde por essa área fundamental que envolve a sensibilidade resultante de percepções e as encaminha para um plano do pensamento em que haverá a compreensão”.

Diante das questões apresentadas, percebemos seu significado na prática docente, logo possibilitando um espaço contextualizado no que se refere à construção do conhecimento e suas potencialidades.

Assumir competências para disseminar uma cultura interativa é difícil, porém muito importante para favorecer a autonomia na construção do conhecimento; o respeito à intuição e/ou percepção dos envolvidos no processo; o enriquecimento do espaço, pelas diversas experiências e vivências, dentre outras potencialidades.
No ensino presencial, o espaço ou a comunidade escolar, o qual o conhecimento deve ser disseminado exige um cenário de interação entre os envolvidos, já, na EAD a interação é mais do que fundamental, pois não estamos todos juntos ao mesmo tempo atuando, sempre, ou melhor, não estamos juntos fisicamente, logo a interação se caracteriza como fator relevante ao processo, em que as potencialidades de competências, habilidades, valores e atitudes se dão por ferramentas tecnológicas, essas que surgem em tempos de modernidade, “era” das TIC’s que se dá pela interatividade.

A interação gera comunicação, a mesma fomenta um espaço de mediações que favorecem todo o processo, evitando a evasão, por exemplo, ou reações contrárias, negativas, que podem dificultar o processo.

Pensar em interação não quer dizer solução para nos sentirmos presente, devido à ausência do corpo presente, mas fazermos apropriação dos meios tecnológicos para promover aulas dialogadas, intervenções oportunas, sana a solidão, entre outros fatores pertinentes a ação do tutor, ou seja, pensar como meio para construir uma comunidade virtual, em que a cooperação seja característica inerente ao ambiente à distância.

O modelo de interatividade pensado na EAD deve ser re-adaptado a sua realidade, pois em muitos cursos que ainda não contam com a tecnologia de ponta é exigido além das limitações dos envolvidos. Sem desconsiderar a importância das ferramentas tecnológicas para EAD, quando não contamos com as ferramentas pertinentes para potencializar a interatividade devemos dá um novo significado a presença de um espaço de comunicação-troca, articulando às reais necessidades competências que garantam a efetivação do processo de ensino-aprendizagem.

Nesse entendimento, as novas tecnologias e técnicas de ensino, bem como os estudos modernos sobre os processos de aprendizagem, fornecem recursos mais eficazes para atender e motivar os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem. Porém, para muitos educadores, esses recursos ainda apresentam-se como companheiros estranhos, embora se reconheça que a sua utilização no processo está se tornando cada vez mais relevante. Assim, é necessária a presença desses recursos nos cursos de formação de professores e/ou como meio pedagógico para potencialização de competências e habilidades.

Um terceiro ponto é a atuação de uma tutoria, considerando a proposta de cada curso, instrucional ou processual, a partir do seguinte questionamento, “o que não devemos fazer enquanto tutores?”.

Norteados pela importância da presença do tutor enquanto facilitador quer em um ensino processual ou supervisor em um ensino instrucional, pois quando não se faz presente por mais contextualizado, fácil que seja o foco do estudo a que estamos envolvidos temos uma sensação de insegurança. A intervenção é um ponto fundamental em todo processo, logo unifica todas funções de um tutor: pedagógica, social, gerencial e técnica se bem explorada pode gerar um significado positivo no processo ensino aprendizagem, caso contrário pode acarretar falta de seriedade em fazer EAD entre outros pontos que possam validar a EAD, ou seja, sua atuação pode resignificar o conceito de uma educação compromissada, com concepções consistentes que venham legitimar o processo de ensino aprendizagem à distância.

Diante da reflexão acima, se faz necessário o entendimento das competências de tutores (on-line) e professores (modalidade presencial), portanto listamos algumas em nível de esclarecimento.

Professor on-line: promove interação no ambiente virtual de aprendizagem a partir da interatividade com as ferramentas tecnológicas; assume várias funções (pedagógica, gerencial, social e técnica) a qual viabiliza a construção de uma comunidade virtual; o planejamento deve ser articulado com a presença de vários profissionais (gestor-professor-técnico); postura de uma nova concepção do fazer pedagógico; a síntese é mais atuante; a interdisciplinaridade é inerente a sua atuação.

Professor presencial: promove interação a partir das atitudes/posturas presenciais; assume o papel de professor-educador; o planejamento é por área de conhecimento; atividades pontuais.

Em relação ao processo avaliativo, quinto ponto, a atenção aos limites a serem identificados requer um diagnóstico prévio, logo tentado superar e ousar ao que se refere seus desafios e potencialidades almejados, norteados a partir da totalidade em todo percurso, pois a particularidade no sentido da dissociação dos momentos de aprendizagem e avaliação provocam uma instabilidade.

Devemos ter uma visão holística da avaliação formativa (contínua e processual), pensando em uma avaliação dinâmica, ou seja, em movimento que permei todo espaço educativo.

Portanto, vale ressaltar a importância de uma auto-avaliação como estratégia permanente em todo processo avaliativo.

Podemos identificar inúmeros fatores que caracterizaram contribuições positivas da EAD em nosso contexto educacional, tais como: a diminuição da exclusão social; o currículo sem limites, propondo um espaço de autonomia para escolha de conteúdos inseridos na realidade do educando; a presença de um profissional da educação contextualizado em um mundo tecnológico desafiador, onde firma parceria, aluno-professor, no processo de ensino e aprendizagem; uma metodologia, na qual notamos uma proposta diversificada de interagir, avaliar; propõe aos envolvidos uma participação mais significativa, em que assumem o papel de protagonista do processo, dentre outros.

Portanto, na educação on-line a importância de um planejamento aberto a mediações cooperativas, com caráter flexível, se faz pertinente a partir de uma nova concepção do fazer pedagógico, comprometido com um espaço de trocas, a qual a autonomia da construção do conhecimento assume um papel significativo ao que se refere um processo educativo consistente preocupado com a atuação de um indivíduo, totalmente, crítico-reflexivo, legitimando o processo de aprendizagem.

Critérios devem se apresentados para sua execução e controle, a participação dos envolvidos requer uma descentralização de funções, as quais suas potencialidades sejam afloradas e responsabilidades sejam assumidas.

Nesse pensamento podemos propiciar momentos de interações que não visem só atingir objetivos relacionados ao desenvolvimento de competências e habilidades do foco em estudo, mas comprometimento em assumir novas posturas, atitudes e valores condizentes a necessidade do indivíduo enquanto integrante de um processo maior. Provocar a atuação dos envolvidos, enquanto protagonista desse processo tornará mais significativa sua presença em sua totalidade no cenário os quais estão inseridos.

Em contrapartida com o que foi apresentado anteriormente, podemos notar o quanto há desafios a serem superados, pois, é superando os mitos arraigados neste cenário de fazer educação na modalidade à distância que poderemos assumir compromissos e responsabilidades de uma forma mais competente, tornando mais fácil à efetivação de um novo fazer, realmente compromissada, eficaz e proveitosa para os envolvidos.

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Por Rodiney Marcelo
Especialista em Educação a Distância (SENAC)
Colunista Brasil Escola

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] COSTA LINS, M. J. S.; RIBEIRO, A. M. C.; NEVES, M. C. B. Aprendizagem e tutoria. In: SENAC. Rio de Janeiro: SENAC. Versão 3.0. 2004.

[2] LITWIN. E. Das tradições à virtualidade. In: Educação a Distância. Porto Alegre: Artmed, 2001.

Escritor do artigo
Escrito por: Eliene Percília Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

PERCíLIA, Eliene. "Aprendizagem em EAD"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/educacao/ead2.htm. Acesso em 19 de março de 2024.

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