Notificações
Você não tem notificações no momento.
Novo canal do Brasil Escola no
WhatsApp!
Siga agora!
Whatsapp icon Whatsapp
Copy icon

De que preciso para aprender?

Comportamento na vida estudantil
Comportamento na vida estudantil
Imprimir
Texto:
A+
A-
Ouça o texto abaixo!

PUBLICIDADE

Ofereço aqui algumas dicas gerais sobre como o estudante deve se conduzir na vida estudantil, tendo por fundamento uma atitude de liberdade, mas compromissada, frente ao fascinante processo de desenvolvimento pessoal.

1 - Abastecer a estante

É preciso reunir todo o material. Embora isso seja consenso, o que mais existe é estudante “de mãos abanando” nas instituições de ensino, às vezes entre quem, mesmo tendo condições, resiste a adquirir o material didático em nome de “outros” conteúdos não recomendados. Sem falar naqueles que pensam que “basta assistir à aula”.
Negativo! O material adotado integra o plano de trabalho do professor e como tal deve ser encarado. Desconsiderar isso não é um bom começo.

2 - Cuidar da ordem

É bom dividir as matérias do curso pela cronologia das aulas, pela temática ou grau de dificuldade que apresentam. Uma estudante que freqüentou meus cursos tinha três espaços distintos em sua estante, a saber: o das matérias fáceis, o das medianamente difíceis e o das severamente complexas.

Como haveria de se esforçar na ordem inversa à que dispôs seus livros, mantinha ao alcance das mãos os conteúdos considerados complexos, aos quais dava redobrada atenção.

Segundo ela, “estudava-os até nos momentos de bobeira”, aproveitando o subproduto do seu tempo diário para “melhor conhecer o inimigo e vencê-lo na batalha das avaliações” a que se submetia.

Uma organização caprichada é “uma mão na roda”.

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)


3 - Estudar tudo

Fazer o cronograma semanal dos conteúdos que estudará dia após dia dá racionalidade aos trabalhos escolares e acadêmicos. Se em um dia o estudante preferir quebrar a ordem, tudo bem. O que não vale é se “apaixonar” por alguns conteúdos e se esquecer dos demais. De que adianta se especializar na matéria “A”, mas não dominar satisfatoriamente a disciplina “B”?

Então é preciso conduzir os estudos de modo a fazer frente às exigências de todos os conhecimentos do curso. Se for o caso de deixar de estudar alguma matéria, não hesitar em pôr de lado a que tem peso menor em vista das exigências institucionais, mas sem abrir mão de dar conta dos saberes cobrados nas várias avaliações do percurso estudantil.

4 - Fazer revisões

Estudar o conteúdo uma única vez não é o bastante quando o desafio é o de dominá-lo por completo e profundamente. Para tanto, é importante revê-lo tantas vezes quantas forem necessárias, sem esmorecer. A revisão possibilita a assimilação ativa e facilita a aplicação.

Essa prática evita preocupações desnecessárias e dá embasamento à capacidade de mobilizar conceitos e melhor qualifica o aprendizado. Só a revisão consolida a estruturação de dados e informações que representem conhecimentos e saberes imprescindíveis a qualquer empreendimento na ordem do “saber”, “saber fazer” e “saber ser”.

Revisar é consolidar.

5 - Funcionar equilibradamente

Sinal de bom senso é encarar o dia-a-dia de estudos feito um trabalhador cuja produção tem que acontecer, ter qualidade e aparecer. Mas é bom cuidar do ambiente de estudos, de preferência iluminado pela luz natural, organizado com sobriedade, simplicidade, bom gosto e, se possível, equipado adequadamente.

Além disso, prever dez minutos de intervalo a cada cinqüenta ininterruptos de estudos. O intervalo serve para o estudante se movimentar, relaxar e readquirir novo pique no expediente. Nesses dez minutos, o cérebro processa tudo aquilo que foi estudado para que o aprender renda, e com maior qualidade, sem provocar cansaço.

6 - Gerar sínteses

Investir na capacidade de produzir sínteses bem-feitas dos conteúdos estudados é um ótimo lembrete. Porém, sintetizar não é apenas fazer a listagem de tópicos do conteúdo, mas elaborar no papel o esquema conceitual parecido com o mapa mental da matéria explorada.

Uma vez esquematizado, o conhecimento se torna um estímulo vivo para que o cérebro seja “conectado” aos conceitos, teorias ou sistemas explicativos em fase de assimilação cognitiva.

Para isso o estudante pode empregar nas sínteses que fizer tudo o que facilitar a compreensão: cores, palavras, formas geométricas, dentre outros recursos, que contribuam para fazer vir à memória os conteúdos investigados. Sintetizar é dominar.

7 - Lembrar-se da saúde

Não cometer exageros. Alimentar-se de modo adequando e dormir o necessário para repor as forças despendidas. Oito horas de sono por noite é o que recomenda o pessoal da medicina.

Além de comer e dormir, procurar, ainda, dar-se à diversão, à descontração. O lazer bem aproveitado é outra fonte de energia, pois revigora o organismo, dá leveza à cabeça e areja o espírito.

O objetivo aqui é evitar a fadiga por meio de caminhadas, ginástica e outras atividades que façam a energia corporal fluir naturalmente. Então, o bom é comer, dormir e “mexer o esqueleto”, prosseguindo divertidamente, com o “organismo azeitado”, em forma.

8 - Automotivar-se

É essencial ter motivos para estudar. Eles dão margem à harmonização dos atos de explorar conteúdos e as providências para manter as forças pessoais. Um caminho para “dar de cara” com os motivos pessoais é responder às seguintes perguntas: “Por que preciso estudar?” “Para quê aprender isso, e não outra coisa?” “Quero estudar para...?”
Ao pensar nessas questões, o estudante tira de seu campo de visão a “forçassão de barra” de terceiros para estabelecer de modo consciente o que ele próprio tem a ver com os estudos e onde se reconhece nas escolhas que faz nesse contexto.

Isso é importante porque motivação não vem de fora. O que existe é automotivação, algo pessoal e intransferível.

9 - Resolver problemas

Inúmeros são os problemas que podem atazanar o estudante no percurso estudantil, concorrendo para que ele atraia o desânimo. Nessa hora, é bom ter um método para lidar com eles. Eu proponho o Sistema PADA: Problema-Análise-Decisão-Ação, cujos passos são os que seguem.

Primeiro: identificar e descrever o problema, suas causas e conseqüências.
Segundo: analisá-lo à luz da lógica e dos sentimentos que provoca, caracterizando os fatores nele implicados.
Terceiro: dominando as causas, conseqüências e a natureza do problema, decidir pela solução mais indicada à resolução do mesmo.
Quarto: agir para executar a decisão tomada e avaliar as ações concretizadas em vista dos objetivos pessoais.

A mania de protelar, de “deixar para depois” acaba se tornando um problema porque implica o círculo vicioso “não faço na hora certa => não estou em dia => sinto-me culpado”. O sistema PADA faz você se superar esse tipo de problema e tantos outros que podem nascer ao longo da vida estudantil.

10 - Traçar estratégias e táticas

Se a estratégia se relaciona ao plano global de ação, por prever grandes operações de estudo, a tática refere-se aos atos intermediários. Exemplo de estratégia: dominar conteúdos do saber filosófico.

Exemplo de táticas: “estudar” história da filosofia, “aprofundar” em uma corrente do pensamento filosófico e alcançar a “especialização” em um filósofo particular dentro dela.
Contudo, se o aprendiz considerar que não foi bem em um desses momentos, a indicação é relevar-se, calma e serenamente, pois “perder uma batalha não significa perder a guerra”. O importante é o robusto “quero aprender!”, a decisão resoluta capital.

Conclusão

Esses lembretes servem à visão geral sobre o que se quer aprender (curso), vendo também as partes (disciplina, conteúdo), sem extremismos para um lado ou para o outro.
Pergunta: conseguimos mesmo ver toda a sala quando encostamos o nariz na parede? E, do alto da montanha, vemos o pardal que pousa no galho lá na encosta?

Pois bem! Faça tudo isso de modo planejado porque o planejamento concilia o “todo” e a “parte” em um programa de estudos. Mas, atenção: programa é mapa, não é território. Ele apenas orienta a exploração das terras que representa.

Assim também o programa de estudos: deve ser feito para orientar as atividades de aprendizagem, sem a cegueira da parede ou do topo da montanha.

Por Wilson Correia
Colunista Brasil Escola

Escritor do artigo
Escrito por: Tiago Dantas Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

DANTAS, Tiago. "De que preciso para aprender?"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/educacao/de-que-preciso-para-aprender.htm. Acesso em 21 de novembro de 2024.

De estudante para estudante