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Em 1935, dois médicos norte-americanos, Stein e Leventhal, descreveram um conjunto de sinais e sintomas que afetavam igualmente sete de suas pacientes – excesso de pelos na face, tórax e pernas, ausência de menstruação e infertilidade. As pacientes foram submetidas a cirurgias, em que se retiraram pedaços de seus ovários para estudo e nestes foram encontrados vários cistos foliculares. O inesperado foi que, após a realização da cirurgia, todas passaram a menstruar e duas dessas pacientes, inclusive, engravidaram. Naquele tempo, pouco se sabia em relação ao processo de ovulação e o tratamento para essa doença. A reversão de seus efeitos era feita através da remoção de parte do ovário.
A frequência de eventos envolvendo a formação de pequenas bolsas, conhecidas como cistos, nos ovários pode girar em torno de 20 a 30%, sendo que, na grande maioria das mulheres, eles não apresentam sintomas ou maiores complicações. O desenvolvimento de vários cistos ovarianos configura a denominação “policístico”.
Esquema demonstrando a ocorrência de um ovário policístico
A diferença entre cisto no ovário e ovário policístico está no tamanho e no número de cistos.
A ocorrência da formação de cistos no ovário constitui uma síndrome, ou seja, um conjunto de sintomas, sendo mais frequente em mulheres com idade entre 30 e 40 anos. Atualmente, o diagnóstico é bastante preciso e simples, feito a partir das imagens obtidas pelo aparelho de ultrassom.
Em relação às causas para esse acontecimento, elas ainda não foram detalhadas, podendo estar associadas ao excesso da produção de hormônios por problemas glandulares.
Existem alguns fatores de risco que devem ser observados. Os principais seriam:
• Histórico familiar;
• Ciclos menstruais irregulares;
• Obesidade;
• Infertilidade;
• Hipotireoidismo.
Geralmente, os cistos ovarianos são assintomáticos, ou seja, não produzem sintomas e são encontrados durante exames físicos de rotina ou são vistos por acaso em ultrassonografias realizadas por outros motivos. Entretanto, algumas evidências podem ser observadas:
1. Dor abdominal baixa ou dor pélvica;
2. Sangramento menstrual irregular;
3. Sensação de peso ou desconforto no abdome;
4. Náuseas ou vômitos;
5. Infertilidade.
Dor abdominal localizada pode ser um indicativo de problemas
Tratamento
Por ser uma doença crônica, contínua, os cuidados e o correto acompanhamento médico são estritamente necessários, sendo que a atenção ao tratamento dos sintomas não pode ser negligenciada.
Em alguns casos, a perda de peso ajuda a amenizar ou até mesmo resolver o problema. Entretanto, se a jovem não for obesa, é necessário diminuir a produção de hormônios masculinos, o que se consegue por meio de pílulas anticoncepcionais.
Não se esqueça de que, mesmo benignos, a ocorrência de cistos acarreta modificações fisiológicas que devem ser acompanhadas pelo médico ginecologista!
Fabrício Alves Ferreira
Graduado em Biologia