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A hipersudorese, ou hiperidrose, caracteriza-se pelo suor excessivo, além da demanda necessária para a manutenção da temperatura do corpo. Atingindo pessoas de ambos os sexos, ocorre em maior número em crianças e adolescentes.
Aproximadamente 1% da população tem este problema, mais frequentemente em regiões como pés, palmas das mãos e axilas. Lesões metabólicas, disfunções neurológicas, fatores emocionais como a ansiedade, e alterações dos centros reguladores de temperatura são os principais fatores que podem propiciar a hipersudorese. Sabe-se, também, que ela é mais frequente em pessoas que possuem parentes próximos também portadores.
Como este fato pode atrapalhar a pessoa em seu dia a dia, seja no sentido do conforto individual, ou mesmo de interações sociais, muitos pacientes procuram um tratamento eficaz em busca de melhor qualidade de vida. Quanto a isso, há algumas medidas que podem ser tomadas antes que se recorra a cirurgias ou procedimentos mais dispendiosos, como o uso de antiperspirantes, ou mesmo seções de terapia, no caso de pessoas ansiosas.
Entretanto, quando tais métodos não são eficazes, o paciente pode recorrer a processo cirúrgico, denominado simpatectomia videoendoscópica; ou aplicação da toxina botulínica tipo A (BOTOX®). Tanto um quanto outro apresentam vantagens e desvantagens, geralmente cabendo ao paciente decidir qual mais se adequa à sua situação.
A simpatectomia consiste no rompimento cirúrgico de nervos de uma cadeia nervosa próxima aos ossos da coluna, responsáveis pelo suor excessivo, tendo como principal vantagem o fato de ser definitiva. Entretanto, é mais invasiva, podendo deixar cicatrizes.
Apesar de cessar por completo a sudorese de regiões específicas, o organismo, para a regulação da temperatura corporal, passa a provocar o suor em uma nova área (hiperidrose compensatória). Em muitos casos, a sudorese compensatória cessa com o tempo; em outros, o paciente se sente em uma situação na qual preferiria seus antigos sintomas.
A queda das pálpebras (síndrome de Horner), embora seja muito rara, também pode ocorrer como consequência desta cirurgia, já que o gânglio responsável por mantê-las abertas pode ser acidentalmente lesionado durante o procedimento. Sangramento e perfuração do pulmão, infecções ou mesmo reações adversas à anestesia são outros riscos a que o paciente se submete, ao enfrentar essa medida terapêutica.
O uso do botox é mais simples, eficaz e seguro. Ele consiste na aplicação deste nas glândulas sudoríparas, reduzindo a produção de suor. Como a sudorese não é bloqueada totalmente, não há perigo de surgirem eventos compensatórios. Entretanto, tal procedimento deve ser repetido entre seis e nove meses ficando, desta forma, proporcionalmente mais caro que a simpatectomia.
Por Mariana Araguaia
Graduada em Biologia