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China - Terceira Era Imperial

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Yuan (1279 - 1368)

Com a dominação dos mongóis sobre a China, em meados do século XIII, temos a consolidação de uma nova fase da história política chinesa. Mesmo controlando o poder de forma centralizada e nomeando estrangeiros para o exercício de cargos administrativos, a dominação mongol, iniciada por Kublai Khan, preservou a estrutura hierárquica criada pelos chineses.


Kublai Khan, líder da dominação mongol na China.

Mesmo estabelecendo a dominação do povo chinês, a dinastia Yuan também promoveu grandes realizações durante sua existência. Nesse período observamos intenso desenvolvimento tecnológico proveniente do contato entre diferentes culturas imposto pelo domínio Yuan. Muitos chineses eram designados a servir o império mongol em outras regiões. Mediante tal intercâmbio, a civilização chinesa não só desenvolveu novos inventos e tecnologias, como também abriu espaço para o florescimento de novas orientações religiosas.

Outro ponto que merece ser destacado é o conjunto de construções estabelecido durante a dinastia Yuan. Nesse período, a cidade de Pequim foi reconstruída com novos palácios que contavam com lagos artificiais e parques. Além disso, o império mongol realizou a ampliação do Grande Canal. Através da expansão dele, o contato comercial dos chineses se estendeu por outras regiões da Ásia e permitiu os primeiros contatos entre os chineses e o mundo ocidental.

Dinastia Ming (1368 – 1644)

A dinastia Ming foi responsável por agrupar forças contra a dominação mongol em território chinês. Controlando primeiramente a parte sul do território, a dinastia Ming sediou-se na cidade de Nanjing (que significa “capital do Sul”) e posteriormente conseguiu obter controle sob Beijing (Pequim), centro político da dinastia mongol. De forma geral, a dinastia Ming, mediante seu histórico de conflitos contra civilizações estrangeiras, incentivou o isolamento sociopolítico e cultural enquanto formas de preservação da unidade de seu povo.

Em sua dinastia, a reinterpretação do ideário neoconfucionista serviu de base para a fixação de um modelo de sociedade centrado em um modo de vida predominantemente agrário. Ao mesmo tempo, a grande estabilidade criada durante a dinastia Ming também justificou, entre os chineses, a crença de que sua civilização alcançara um grau de autonomia onde o contato e valores estrangeiros eram desprezados.

Na contramão dessa fase isolacionista, alguns relatos do início do século XV sugerem que um navegante chamado Zheng He teria feito a circunavegação do globo terrestre. Segundo algumas fontes, sua expedição marítima teria alcançado a ilha de Madagascar (África) fazendo um trajeto via oeste, antecipando em quase cem anos a teoria proposta por Cristóvão Colombo.
 


Cidade Proibida, antigo centro da administração imperial chinesa.

Grande parte do traçado arquitetônico da Muralha da China, tal qual hoje conhecemos, foi concebida durante a Dinastia Ming. Além disso, durante o governo de Yong Le, foi construída a cidade de Gu Gong, conhecida como “Cidade Proibida”. Criada com o propósito de abrigar os palácios imperiais, a Cidade Proibida tornou-se um dos principais pontos turísticos da China.
Com o desgaste promovido pelas longas guerras contra os mongóis e as investidas militares dos japoneses no século XVI, a supremacia Ming enfraqueceu. Em 1644, os Manchus tomaram controle da capital Beijing e deram início à última dinastia imperial da China, que permaneceria até a primeira década do século XX.

Dinastia Qing (1644-1911)

Dando continuidade às concepções isolacionistas da Dinastia Ming, os Qing teriam que enfrentar um período delicado, pois as contradições geradas por essa visão de mundo, problemas de ordem interna e a aproximação dos países capitalistas ocidentais trouzeram à tona revoltas e conflitos que marcaram a última dinastia das Eras Imperiais da China.

Grande parte desses conflitos estourou no século XIX, quando a população chinesa, que já ultrapassava a casa dos 300 milhões de habitantes, deparou-se com a falta de empregos e a carência de terras disponíveis. A eclosão dos problemas sociais também incentivou a formação de sociedades que combatiam a dinastia Qing. A Lótus Branca e a Sociedade da Tríade foram alguns dos movimentos oposicionistas da época.

O contato dos chineses com o Ocidente iniciou-se com a chegada dos ibéricos (espanhóis e portugueses), durante o século XVI. Logo em seguida, espanhóis e ingleses também entraram em contato com a China. A questão do contato com povos estrangeiros só era aceitável em razão dos recursos obtidos pela tributação das atividades comerciais. Em âmbito cultural, os valores das demais nações eram vistos como algo ruim ou inferior em relação à cultura chinesa.

A questão do contato entre a China e o Ocidente também se deu no campo da religiosidade. Desde o século XII, mesmo antes da criação das ordens jesuíticas, a Igreja Romana tentava pregar a fé cristã em território chinês. No século XIX, as tentativas de conversão tiveram algum sucesso, mas não extinguiram os valores do Confucionismo entre os novos cristãos. Ao mesmo tempo em que traziam sua mensagem religiosa, os católicos também introduziram o conhecimento ocidental em diferentes áreas do saber.

O conflito de interesses com o ocidente e a falta de habilidade político-administrativa para a resolução dos problemas do povo chinês, foram de grande influência para a derrocada da dinastia Qing. As sanções políticas e territoriais previstas pelo Tratado de Nanjing, que deu fim à Guerra do Ópio (1839 – 1842), e a ameaçadora Rebelião de Taiping (1851 – 1864) foram alguns dos episódios que apontavam para a insustentabilidade dos Manchu.

Na metade do século XIX, os russos realizaram um processo de ocupação territorial na Ásia Central. Em 1850, os russos tomaram o controle sob parte da Manchúria. No século seguinte a França passou a realizar suas atividades imperialistas na Cochinchina e, posteriormente, em Annam. No fim do século XIX, o Japão entrou em guerra com a China e, por meio do Tratado de Shimonoseki, conquistaram Taiwan e as Ilhas Penghu. Posteriormente, a Inglaterra e os Estados Unidos garantiram áreas de exploração econômica.

A Reforma dos Cem Dias

No governo de Guangxu (1875 – 1908) um forte movimento de renovação das instituições políticas foi propagandeado. A chamada Reforma dos Cem Dias inspirou-se no processo de modernização japonês para reestruturar a soberania nacional. Entre outras medidas, os defensores de tais mudanças defendiam a industrialização da China, a adoção de padrões educacionais ocidentais e a implementação de uma monarquia constitucional.

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O Governo Guangxu, período ansioso por reformas.

No entanto, uma forte reação conservadora instaurou-se e, dessa maneira, o movimento de reformulação das estruturas sociopolíticas da China não foi colocado em prática. Entre outras ações, um grupo de revoltosos tentou lutar contra a presença das nações estrangeiras no país. A então chamada Guerra dos Boxers (1900) foi um movimento que além de possuir forte caráter conservador e nacionalista, apontava para insustentabilidade da monarquia imperial chinesa.

Por Rainer Sousa
Graduado em História

Escritor do artigo
Escrito por: Rainer Gonçalves Sousa Escritor oficial Brasil Escola

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SOUSA, Rainer Gonçalves. "China - Terceira Era Imperial"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/china/chinaterceira-era-imperial.htm. Acesso em 26 de dezembro de 2024.

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