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Uma história impressionou o mundo científico em 2015: O caso de um homem de 41 anos de idade que morreu em decorrência de um câncer formado por células de uma tênia que vivia em seu corpo. Esse foi o primeiro caso conhecido de câncer parasita no homem.
→ O caso
Em 2013, médicos colombianos da Pontifícia Universidade Bolivariana estavam tratando um homem de 41 anos que era HIV positivo e que estava com seu sistema imunológico bastante fragilizado. O paciente, que apresentava fadiga, febre, perda de peso e tosse, foi submetido a alguns exames para realização de diagnóstico. Foi então que se observou a presença de tumores de aproximadamente 4 cm de comprimento em órgãos como fígado e pulmões.
Os tumores não eram comuns, uma vez que as células apresentavam características não humanas, uma vez que as células ali contidas tinham aproximadamente um décimo do tamanho de uma célula humana normal. Surgiram aí algumas hipóteses, tais como o encolhimento das células e infecção descoberta em seu estágio inicial de desenvolvimento. Os médicos resolveram procurar especialistas do Centro para Controle e Prevenção de Doenças nos Estados Unidos e, posteriormente, o Museu de História Natural do Reino Unido para decifrar o enigma.
Após algumas análises, percebeu-se que o DNA contido nas células não era humano, e sim de uma espécie de tênia conhecida como tênia-anã (Hymenolepis nana). Apesar de conseguirem entender do que se tratava e verificar que o câncer era causado por células do parasita, os médicos não conseguiram salvar o paciente. O homem faleceu três dias após a identificação do tipo de célula que ocasionava o problema.
→ O parasita
O parasita encontrado no homem analisado é uma espécie de tênia conhecida como tênia-anã (Hymenolepis nana), que é adquirida por meio de alimentos e água contaminados com ovos ou, ainda, por intermédio do contato com mão contaminada. A espécie consegue realizar seu ciclo de vida completamente em um único hospedeiro.
A tênia-anã instala-se no intestino, provocando uma doença denominada de himenolepíase. Os sintomas são semelhantes aos de outras doenças que afetam o intestino, destacando-se diarreia, dores abdominais, vômitos, anorexia e perda de peso.
Até o momento, não se sabia que essa tênia poderia desencadear câncer. Falta agora descobrir se a tênia possuía câncer e passou para o paciente ou se as células do animal tornaram-se cancerígenas, causando a doença no hospedeiro.
→ O estudo
O estudo realizado por cientistas do Centro para Controle e Prevenção nos Estados Unidos em parceria com o Museu de História Natural da Grã-Bretanha foi publicado na revista New England Journal of Medicine e intitulado “Malignant Transformation of Hymenolepis nana in a Human Host”. Para ter acesso ao estudo, clique aqui!
Por Ma. Vanessa dos Santos